Meu quadro de hoje no programa Multicultura, da Rádio Educadora da Bahia (ouça ao vivo aqui), entre 12 e 13 horas aqui da Bahia, será sobre as barbaridades do ilegitimo governo em exercício no Brasil.
Leio nos jornais e nos blogues a composição do novo MEC, depois do governo matar vergonhosamente o Ministério da Cultura. É uma lástima imaginar que alguém possa pensar em reduzir a Cultura à uma secretaria do Ministério da Educação. Ministério que conhecemo muito bem, principalmente pela sua letargia.
Sou testemunha do crescimento do MinC pois na década de 80, quando do nosso Movimento da Fabrica aqui na Bahia. Fui até Brasília, representando esse Movimento, para entregar nosso manifesto ao então Ministro, o mineiro Aloisio Pimenta (confirmei isso aqui nessa matéria de jornal que está no nosso feicibuque. O ministério era reduzido a um pequeno andar, não tinha praticamente nada. O MinC ainda não tinha dito para que veio, depois de seus seus 10 anos de criação, em 1985.
Pois foi esse minúsculo MinC que se engrandeceu a partir da presença de Gilberto Gil - e depois Juca Ferreira -, e passou a ser uma referencia internacional com políticas públicas arrojadas.
Ao juntar com o MEC, além de todo o absurdo que isso representa, colocamos a área da Cultura sob o julgo de um Ministério que já é carcomido por natureza: o da Educação.
E o pior, o novo Ministro traz para compor sua equipe, em postos chaves, duas das ideólogas do programa de governo para a educação do PSDB, derrotado nas últimas eleições e que, agora, pela porta dos fundos e sorrateiramente, quer assumir o governo e implantar suas medidas.
A presença de Maria Helena Guimarães e Maria Ines Fini, traz de volta a famigerada gestão do finado Paulo Renato de Souza do Governo de Fernando Henrique Cardoso. Nós, das Universidades Públicas, sabemos muito bem o que foi aquele período.
O professor Luiz Carlos de Freitas, em seu sempre atual e atento blog Avaliação Educacional, tem feito um detalhado levantamento de cada nova peça que assume o MEC, com vistas a implantar o que ele, corretissimamente chama de de "um golpe na educação dentro do golpe jurídico-parlamentar o que coloca oportunistamente em cena um programa educacional recusado nas urnas",
É assim que se monta um golpe dentro do golpe. Triste, muito triste tudo isso mas, tenham certeza, não aceitaremos.