A pedido do jornal ATarde, escrevi este pequeno texto sobre a spropostas em discussão na UFBA.
O espaço era mínimo s[ó sendo possível comentar de forma muito genérica. Depois vou comentando em mais detalhes poraqui.
Estamos prontos para uma nova universidade?
A sociedade baiana e a comunidade universitária foram surpreendidas por manifestações da Reitoria sobre necessárias transformações no sistema universitário brasileiro.
Importante discussão, que está apenas se iniciando. Na última semana o documento “Ufba Nova” foi apresentado aos Conselhos Superiores e, como toda proposta em início de construção, tem pontos interessantes e outros questionáveis.
Não existe setor dentro da universidade que não esteja de acordo com a ampliação do acesso ao ensino superior em nosso Estado. Estamos também de acordo com a premissa de que a escolha das profissões tem se dado de forma muito precoce, o que gera grandes frustrações e evasão.
Com relação ao sistema de acesso, também somos a favor do fim do vestibular, mas isso não é possível sem uma ampla discussão. Usar o Enem é uma possibilidade, claro, mas para uma simples substituição, necessário se faz refletir sobre a sua concepção e estrutura.
O ponto talvez mais polêmico da proposta, que coincide, em parte, com o que consta no projeto de reforma universitária que está no Congresso, mas que também guarda semelhança com o sistema americano e com o que está sendo proposto na Europa, através do “Processo de Bolonha”, é a possibilidade de os estudantes entrarem na universidade em cursos interdisciplinares por grandes áreas, cursando o denominado Bacharelado Interdisciplinar (BI). Do ponto de vista teórico, vemos alguns avanços na busca de superação da fragmentação exagerada dos conteúdos através de especializações precoces, porém, corre-se o risco, e ele não é pequeno, de se constituir numa oferta de formação generalista de segunda categoria para grande parte da população reservando, para os de sempre, depois dos três anos do BI, a formação profissional.