Falta “diálogo” entre as iniciativas dos ministérios, dos estados e municípios. Este é o diagnóstico do assessor especial da Presidência da República, Cézar Alvarez, que coordena as ações do governo na área de inclusão digital.
“Por exemplo, tem regiões com mais mobilização e mais peso que acabam tendo dois ou mais centros, e em uma outra região que não tem essa mobilização, a quantidade é zero. A distribuição dos telecentros precisar ser organizada”, ele defendeu.
Uma pesquisa da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla) – feita com o Ministério da Educação (MEC) e Instituto Sangari , com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2005 – mostra que somente 2,1% da população a partir de 10 anos manifestou ter freqüentado locais de acesso público à internet, como os telecentros.
Alvarez admitiu que ainda é baixo o índice da população com acesso à internet, principalmente no caso da população de baixa renda, mas diz haver uma expansão do acesso. “Os dados da pesquisa são de 2005 . Ainda não havia o boom das vendas do programa Computador para Todos”.
Segundo a assessoria de imprensa da Presidência da República, houve um aumento de 46% na venda de computadores em 2006 na comparação com 2005.
Ao todo, foram comercializadas 8,2 milhões de unidades, das quais 84% estavam dentro do limite de preço (2,4 mil reais) estabelecido pela chamada MP do Bem, a Medida Provisória que estabelece benefícios fiscais.
Mas admitiu: “Na desigualdade de renda do país, mesmo com o equipamento mais barato, há setores da classe C,D e E – que são 70% dos brasileiros – que nunca vão ter renda para comprar um computador, mesmo barato”, afirmou Alvarez.
Nesses casos, ele disse que a estratégia do governo é investir nos laboratórios nas escolas, em telecentros, em centros de acesso à internet e na capacitação de professores e participantes dos projetos de inclusão digital.
Mapeamento digital
O Brasil ainda não tem um levantamento de todos os pontos públicos de acesso à internet. Esse mapeamento deve ser concluído até o final do ano, por duas instituições: o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, e o Instituto de Pesquisas e Projetos Sociais Tecnológicos (Ipso), uma Organização Não-governamental .
As metodologia das duas pesquisas são diferentes , mas devem alcançar todos os municípios do país. O mapa do Ibict inclui projetos do governo, da iniciativa privada (como as lan houses, centros onde o usuário paga pelo acesso à internet) e de instituições da sociedade civil.
O levantamento do Ipso abrange somente espaços públicos gratuitos, como os telecentros, ou que aplicam os recursos das taxas cobradas dos usuários no próprio local, sem fins lucrativos.
Por causa das diferenças de metodologia e da sobreposição de projetos, os números preliminares dos dois levantamentos são diferentes . O Ibict estima que existem 16,7 mil locais de acesso à internet, enquanto o Ipso projeta cerca de 6 mil.
Fonte: IDG NOW
Danilo Rodrigues César
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