POR JUCILEIDE SANTOS
A proposta de inserção das tecnologias digitais nas escolas públicas e privadas tem sido um dos maiores desafios da educação nas últimas décadas. Pois não se trata apenas da inserção de elementos tecnológicos e internet, mas sim da mudança de paradigmas nas práticas educativas.
Diversas propostas de inserção das tecnologias corroboram com as ideias previstas no livro verde Sociedade da Informação no Brasil onde toda proposta de educação que envolve tecnologia está baseada em atender as necessidades do mercado, assim como os primeiros programas de inclusão de tecnologias.
Esses programas visam prioritariamente à distribuição de elementos tecnológicos, mas deixam para posterior às questões relacionadas à infraestrutura, internet e formação do professor. O Proinfo é um desses programas que visa à inclusão de tecnologias nas escolas através das parcerias com os estados e municípios para que o programa dê certo.
As propostas podem até ser motivadoras, mas a sua implantação deixa alguns aspectos de lado, o que influencia diretamente nos resultados na escola. Entre eles, a formação tecnicista para o uso dos elementos tecnológicos e a ausência de infraestrutura.
Embora toda a falta de infraestrutura permita a continuidade da ausência dos elementos tecnológicos na sala de aula, precisamos dizer que a mudança de prática pedagógica está além de qualquer formação, pois faz parte da subjetividade de cada sujeito. Dessa maneira as possibilidades de formação continuada precisam também contar com a disponibilidade dos educadores para essa prática.
Aliada a formação do professor, o desejo e a infraestrutura são fundamentais para que os educadores incluam as tecnologias digitais em suas práticas.
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Esse texto foi adaptado do parecer de Jucileide Santos para a o trabalho de conclusão de curso de Iraildes Palmeira, intitulado “INSERÇÃO DO COMPUTADOR NA SALA DE AULA: COMO ESTÃO SENDO FORMADOS PROFESSORES DE ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS PARA A SUA UTILIZAÇÃO? apresentado em novembro de 2015, na Faculdade de Educação da UFBA.
O que penso… É que existe duas vertentes em educação e tecnologia na atualidade. De um lado a exigência do uso, e do outro a proibição do uso.
O que precisa ser repensado ao meu olhar, são a formas preconcebidas de correlacionar Educação e Tecnologia. Afinal não há mais dúvidas que ambas não podem andar separadas na atualidade, então que seja dado um olhar na qualidade de formação ofertada aos docentes atreladas as singularidades do histórico do alunado. Assim, quando surgir o “milagre” dos equipamentos tecnológicos em todas as escolas públicas, já tenhamos pelo menos consciência das nossas ações frente as redes sociais por exemplo.