A origem das mitocôndrias nos Seminários Novos e Velhos Saberes

No dia 25 de maio, às 10h00 no Salão Nobre do Instituto de Biologia, teremos mais uma palestra dentro dos Seminários Novos e Velhos Saberes, atividade coordenada pelos programas de pós-graduação (Diversidade Aninal, Ecologia e Biomonitoramento, Genética e Biodiversidade, e do mestrado profissional em Ecologia Aplicada à Gestão Ambiental) do Instituto de Biologia da Ufba.

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Daniel S. Carvalho, Roberto F. S. Andrade, Suani T. R. Pinho, Aristóteles Góes-Neto, Thierry C. P. Lobão, Gilberto C. Bomfim e Charbel N. El-Hani realizaram estudos em rede e Prof. Charbel El-Hani, do Instituto de Biologia vai apresentar os resultados alcançados quando de sua palestra: “Qual a origem das mitocôndrias? Uma abordagem usando redes complexas”. O trabalho é resultado da cooperação científica entre pesquisadores da Ufba e de outras universidades brasileiras e busca através de um instrumento (redes complexas) responder a uma questão biológica (origem das mitocôndrias) de caráter atual e sumamente importante dentro do contexto da Evolução.

mitocôndria_finalAs mitocôndrias originaram-se endosimbioticamente de anscestrais de bactérias similares às alfa-proteo-bactérias. Contudo, existem ainda dúvidas sobre quão próximas filogeneticamente o grupo das alfa-proteo-bactérias estaria próximo do ancestral mitocondrial. Os grupos propostos compreendem as ordens Rickettsiales, a família Rhodospirillaceae, e o gênero Rickettsia. No presente estudo, os pesquisador aplicaram uma abordagem de uma nova rede complexa para investigar as origens evolucionárias da mitocôndria, analisando módulos de sequências de proteínas numa rede crítica obtida através de limiares de similaridade entre as sequências estudadas.  O grupo de dados incluem subunidades de três ATP-sintetase (4, 6 e 9) e os seus homólogos nas alfa-proteo-bactérias(b, a e c). Em todas as sub-unidades analisadas, os resultados não sustentam de nenhum modo a hipótese de que as Rickettsiales estariam próximas de um ancestral mitocondrial.  Os resultados indicam sim que a hipótese de que a mitocôndria faça parte de um ancestral comum de todas as ordens das alfa-proteo-bactérias, com exceção das Rickettsiales.

A habilidade cognitiva de hominíneos extintos à luz de evidências genômicas.

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Os Seminários Novos e Velhos Saberes, atividade continuada de extensão dos programas de pós-graduação do Instituto de Biologia (Diversidade Animal, Ecologia e Biomonitoramento, Genética e Biodiversidade e o mestrado profissional em Ecologia Aplicada à Gestão Ambiental), apresenta no dia 15 de maio, às 14h00, no Salão Nobre do Instituto de Biologia, a palestra de Profª. Drª. Vanessa Paixão-Cortês, do Departamento de Biologia Geral da Ufba. A professora tem doutorado em Genética e Biologia Molecular pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.  Tem experiência na área de Genética e Evolução, atuando nas seguintes áreas: Evolução Humana (Homo sapiens, Neandertal e Denisova), Mamíferos, Evolução Molecular, Genética Médica Populacional e Bioinformática.

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Sua palestra “A habilidade cognitiva de hominíneos extintos à luz de evidências genômicas”, leva em consideração um tema  muito discutido em ciência, qual seja,  como seria a história evolutiva de nossa espécie desde a publicação revolucionária de Darwin em A Origem das Espécies. Durante este percurso, ciência responsável por organizar a árvore de nossa filogenia pode basear-se unicamente a partir do estudo da morfologia dos fósseis encontrados de hominíneos. A antropologia evolutiva seria tal ciência, e continuamente tem sido auxiliada por diversas outras ciências, como a física, química e outros ramos independentes da biologia.

Em 2010 foi publicado o rascunho do genoma de uma espécie humana extinta, da espécie Homo neanderthalensis, e de um hominíneo ainda não definido batizado como Denisova (nome dado por ter sido encontrado na caverna de Denisova, Rússia). Tais resultados modificaram completamente o estudo da evolução humana, com a formulação de novas questões. Uma delas seria como os humanos modernos desenvolveram sua incrível capacidade cognitiva? Com o objetivo de identificar quais mudanças genética eram únicas em humanos, procurou-se por genes diretamente relacionados com habilidade cognitiva usando o banco de dados da ferramenta “Gene Ontology” chamada AmiGO (http://amigo.geneontology.org/cgi-bin/amigo/browse.cgi). Informações funcionais e localização do gene no cromossomo foram obtidas do banco de dados online GeneCards/GeneAlaCart database (http://www.genecards.org/) (ver organograma). A busca no programa “AmiGO” permitiu selecionar 162 genes relacionados diretamente ao processo cognitivo.

As regiões codificadoras dos genes escolhidos foram coletadas pelos genomas do Homo sapiens (NCBI Build 36/hg18), bem como as regiões correspondentes do genoma do Neandertal e espécie de Denisova e de outros 11 primatas não humanos usando a ferramenta de busca UCSC Genome browser (http://genome.ucsc.edu/cgi-bin/hgGateway?org=Human).

Foram encontrados um total de 162 genes que estariam diretamente relacionados com habilidades cognitivas humanas. Dentro destes genes, foram encontradas 94 substituições não-sinônimas em 52 genes onde o alelo derivado estava presente em humanos e o alelo ancestral presente em chimpanzé. Noventa e três por cento das posições em Neandertais o mesmo alelo encontrado em humanos era observado, enquanto 4,2% dos loci eram heterozigotos para ambos os alelos derivados e ancestrais e apenas 2,8% dos loci apresentavam variantes novas. No espécime de Denisova apenas um sítio com o alelo ancestral e um locus heterozigoto foi encontrado. Demais todos apresentavam o mesmo alelo com os humanos modernos.

De acordo com nossos resultados, se existiram diferenças cognitivas relacionadas à perda da habilidade competitiva dos hominíneos extintos quando comparado aos humanos modernos, essas diferenças não deixaram marcas evidentes no background genômico das regiões estudadas. A variabilidade cognitiva entre espécies modernas e extintas não seria maior do que presente dentro dos humanos modernos existentes.

Sistemas Dinâmicos no Estudo dos Ecossistemas

A palestra desta segunda-feira, nos Seminários Novos e Velhos Saberes, às 10h00, no Salão Nobre do Instituto de Biologia da Ufba, será de Prof. John Collier, do Departamento de Filosofia, da University of KwaZulu-Natal (África do Sul), que tem como título:

Functionality in Open Dynamical Systems: The Case of Ecology

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Prof. Collier é bolsista do CNPq, com uma bolsa de pesquisador-visitante estrangeiro, associado ao Prof. Charbel El-Hani do Instituto de Biologia.

Resumo da palestra escrito pelo Prof. Collier

Dynamical systems theory applies to anything that changes with time. In mathematics this is interpreted rather broadly, but in physics, and often in other sciences, it applies to systems with forces and flows, often in a network, that are typically open to exchanges with the outside. This makes it well suited to the study of ecosystems. Ecosystems are not only open to outside influences, but are often nested by scale in space and time. One of the first problems in discussing ecosystem function, then, is to give a definition of ecosystem individuation and its consequences. One of the consequences is that it is reasonable to define functionality within an ecosystem in terms of contributions to the  maintenance of this individuation, as I have done elsewhere for organisms, using a dynamical notion of autonomy. I will briefly argue that common etiological accounts of function are not suitable for discussing ecosystem function. We don’t typically think of ecosystems as autonomous, but autonomy comes in degrees, so even if the word is not apt, the idea is. I will distinguish between ecosystem role in general and functionality in particular. Ecosystem role, which is sometimes identified with function, can actually undermine ecosystem functionality. I will also distinguish between ecosystem functions and ecosystem services. The latter serve some larger or separate systems (whence again the importance of individuation). They are important for understanding how nested ecosystems are related to each other through functional dependence.

O tamanho importa? Estado do conhecimento e relevância ecológica das briófitas na Floresta Atlântica Nordestina.

O tamanho importa? Estado do conhecimento e relevância ecológica das briófitas na Floresta Atlântica Nordestina

Na próxima sexta-feira, dia 8 de maio, às 14h00, no Salão Nobre do Instituto de Biologia, os Seminários Novos e Velhos Saberes, atividade continuada de extensão dos programas de pós-graduação do Instituto de Biologia da Ufba (Diversidade Animal, Ecologia e Biomonitoramento, Genética e Biodiversidade e o mestrado profissional em Ecologia Aplicada à Gestão Ambiental), apresenta a palestra da Profª. Dr. Mércia Silva, professora do Departamento de Botânica da Ufba.

A professora com mestrado e doutorado em Biologia Vegetal pela Universidade Federal de Pernambuco, tem experiência na área de Botânica, com ênfase em Taxonomia, Sistemática e Ecologia de Criptógamos, atuando principalmente em biogeografia, distribuição espacial, brioflora, mata atlântica, fragmentação e conservação.

Sua palestra versará sobre o estado da arte do conhecimento sobre a brioflora na Floresta Atlântica Nordestina. A brioflora regional corresponde a 58% do total conhecido para o Domínio Floresta Atlântica, onde novas espécies têm sido descritas e táxons vulneráveis, de distribuição rara e bioindicadores evidenciados, e a Bahia é o estado de maior riqueza. A relevância ecológica da brioflora regional é acessada mediante endemismo, raridade de distribuição e caráter bioindicador de qualidade ambiental dos táxons.

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A taxonomia e a biodiversidade

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Os inventários taxonômicos ou censos de espécies proporcionam uma base de dados para estudos nas Ciências da Vida e este é o tema da palestra do Prof. Freddy Bravo do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Feira de Santana, na edição do dia 10 de abril, dos Seminários Novos e Velhos Saberes. O título de sua palestra será:  Inventários taxonômicos e a sua importância para os estudos em biodiversidade.

1150980_617839264963645_655956627_nAo proporcionar uma lista de espécies da área estudada, estes inventários têm um papel fundamental na construção de padrões de riqueza e delimitação da distribuição de espécies, e assim, podem ser úteis para as tomadas de decisão dos gestores quanto às políticas de conservação. Além das técnicas, o desenvolvimento de protocolos de coleta são indispensáveis para que os resultados possam ser comparáveis. A redução recorrente de recursos para estudos taxonômicos tem sido um obstáculo para a implementação desses protocolos e consequentemente para avanço do conhecimento da biodiversidade. Excepcionalmente a palestra acontecerá na Faculdade de Comunicação no Campus de Ondina da Ufba, às 14h00, dia 10 de abril, na sala 4, a mesma da disciplina Comunicação Científica.

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Núcleo de Estudos Ambientais do Laboratório de Estudos do Petróleo apresentam seminário

Large scale climate teleconnections driving marine black shale formation in the Mesozoic ocean: conceptual ideas from the low latitude Cretaceous Atlantic basins é o título da palestra de Prof. Thomas Wagner da Newcastle University, School of Civil Engineering and Geosciences (Reino Unido).

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A atividade faz parte dos seminários do Núcleo de Estudos Ambientais do Laboratório de Estudos do Petróleo, e acontecerá no dia 24 de março  (terça-feira), às 9h00 no Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia – Auditório Yeda de Andrade Ferreira.

A palestra em inglês apresentará uma proposta conceitual que identifica processos genéricos que se interconectam com processos relacionados a forçantes orbitais com a estocagem (armazenamento) de carbono ao longo  de bacias oceânicas de baixa latitude. Resultados de amostragens sedimentológicas, geoquímicas e de organismos marinhos serão apresentadas junto com modelos biogeoquímicos e climáticos, com enfoque global, para mostrar como as relações entre escorrimento continental e ressurgência eólica determinam a distribuição espacial e heterogeinidade internas de folhelhos negros em diferentes setores do oceano, e como estes padrões mudaram com diferentes níveis globais de pCO2  atmosférico, em dois períodos do Cretáceo.

Literatura: Wagner, T., Floegel, S., Hofmann, P. (2013). Marine black shale and Hadley Cell dynamics: a conceptual framework for the Cretaceous Atlantic Ocean. Marine Petroleum Geology, 43, 222–238.

Cladocera: Uma história com muito ainda por contar

Cladocera: Uma história com muito ainda por contar

Pesquisadora da Universidade Católica de Brasília inaugura a série de palestras dos Seminários Novos e Velhos Saberes no Instituto de Biologia. Os Novos e Velhos Saberes, atividade continuada de extensão dos programas de pós-graduação do Instituto de Biologia (Diversidade Animal, Ecologia e Biomonitoramento e Genética e Biodiversidade), inicia suas atividades com uma pesquisadora, especialista em cladóceros, um grupo monofilético de organismos de água doce, os quais por serem filtradores por excelência, desempenham um papel importante na ciclagem da matéria orgânica, com algumas centenas de espécies conhecidas, muitas ainda por conhecer, com um mundo de espécies crípticas.

A palestra será realizada no dia 9 no Salão Nobre do Instituto de Biologia da Ufba e na mesma a Profª. Lourdes Elmoor-Loureiro vai apresentar o estado atual do conhecimento sobre os  cadóceros (dentro de Branchiopoda; habitats e hábitos), evolução dos diferentes hábitos, desafios para estudo (na taxonomia, na biogeografia, na ecotoxicologia, como bioindicadores), além de oferecer um panorama sobre o conhecimento de cladóceros na Bahia.
lourdes_cladoceraComo sempre, a entrada é franca.

 

Dia 2 de fevereiro, dia de Yemanjá e de todas as zonas úmidas

Dia 2 de fevereiro não é só festa no mar, é também a data em que se comemora o dia internacional das zonas úmidas, pois foi no ano de 1971 que se assinou a Convenção sobre Zonas Úmidas de Importância Internacional, mais conhecida como Convenção de Ramsar. A convenção, assinada pelo Brasil, desde o seu início, é um tratado intergovernamental que estabelece marcos para ações nacionais e para a cooperação entre países com o objetivo de promover a conservação e o uso racional de zonas úmidas no mundo. Essas ações estão fundamentadas no reconhecimento, pelos países signatários da Convenção, da importância ecológica e do valor social, econômico, cultural, científico e recreativo de tais áreas. Lhes recomendo o acesso de imagens maravilhosas, como esta abaixo, que se encontram na proposta de comemoração de Paul Stewart, para este dia.

Veja o trabalho completo do artista em: http://www.mouthtosource.net/portfolio_media/WETLANDS_2016.pdf

ramsar1.Foto:

 

Redes Tróficas em Sistemas Marinhos e Costeiros nos Seminários Novos e Velhos Saberes

Redes Tróficas em Sistemas Marinhos e Costeiros

No dia 16 de dezembro, terça-feira, às 14h00, a Doutora Joana Patrício investigadora do Institute for Environment and Sustainability do Joint Research Centre da Comissão Europeia (Itália), fará a palestra:

Redes Tróficas em Sistemas Marinhos e Costeiros

redesA investigadora tem experiência na área de Ecologia de sistemas costeiros e marinhos, com ênfase em manejo de sistemas marinhos e costeiros, Indicadores ecológicos, Ecologia de sistemas complexos e redes tróficas. Tem tido uma intervenção ativa na implementação de legislação no domínio da proteção e manejo dos sistemas aquáticos europeus (Diretiva Quadro da Água e Estratégia Marinha Europeia). Vem regularmente atuando na pesquisa e treinamento de pessoal especializado em vários níveis de formação. Em 2013, foi-lhe atribuida uma bolsa de Pesquisador Visitante Especial, no âmbito do “Programa Ciência Sem Fronteiras”; promovido pelo CNPq e Capes, sendo a Universidade Estadual da Paraiba (UEPB) a instituição de execução do projecto de pesquisa aprovado. Atualmente é colaboradora estrangeira no grupo de pesquisa Ecologia e Conservação de Ambientes Marinhos, da UEPB, lecionando disciplinas e co-orientando alunos do Programa de Pós-graduação em Ecologia e Conservação dessa Universidade.

joanaA atividade integra-se dentro dos Seminários Novos e Velhos Saberes, acontecendo no Salão Nobre do Instituto de Biologia da Ufba, com entrada livre, e faz parte da disciplina Ecologia e Manejo de Ecossistemas Aquáticos Costeiros, oferecida conjuntamente peloPrograma de Pós-Graduação em Ecologia e Biomonitoramento, Colegiado de Oceanografia e o Projeto Tamar.

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