O Projeto
O projeto de pesquisa para a criação e Implantação do RIPE – Rede de Intercâmbio de Produção Educativa iniciou suas atividades no segundo semestre de 2008 e articula ações das Universidades Federal da Bahia e da Paraíba, com o sistema educacional básico e Pontos de Cultura (MinC) dos municípios de São Felix, Irecê e Salvador.
O projeto vem desenvolvendo e implantando um processo de produção colaborativa e de circulação de produtos multimídia nas escolas e um sistema (plataforma em software livre) para disponibilização dos vídeos produzidos, em formato digital e com licenciamento aberto.
Para a produção e remixação dos áudio e vídeos, o que demanda o manuseio dos equipamentos necessários para a gravação e edição, foram realizadas formações com os professores, alunos e comunidade visando articular os saberes e os conhecimentos locais com os das ciências. O que se buscou foi a produção de material em vídeo que refletisse o currículo real da escola e não apenas o formal e instituído.
Na atual fase piloto, a administração e alimentação do sistema se dá através das quatro escolas participantes do projeto. O que se busca é sua ampliação de forma a possibilitar a produção e o uso de vídeos produzidos localmente em todo o sistema de educação brasileiro.
Para a continuidade da produção, os vídeos postados no RIPE podem ser baixados e remixados em novas produções, licenciadas também em creative commons, de forma a se instalar um processo permanente e dinâmico de produção e utilização da linguagem audiovisual digital, articulando educação, comunicação, cultura ciência e tecnologia.
A pesquisa está apontando para a necessidade de políticas públicas de conexão das escolas em banda larga, ampliação da infraestrutura tecnológica das escolas do sistema público de educação e de processos contínuos e permanentes de formação de professores para o uso das diversas linguagens contemporâneas. De forma secundária, mas não menos importante, o projeto e o sistema pode vir a se constituir em um importante colaboração para a produção de conteúdos para a TV Pública brasileira e para os novos canais em implantação à partir do Sistema Brasieliro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD).
Projeto em oito passos:
Idéia básica: Fortalecer escolas, professores e meninada para serem produtores de culturas e conhecimentos, através de produtos multimídia (vídeos e sons).
Como? Implantando núcleos de produção de vídeos e áudio em cada uma das 4 escolas do projeto, distribuídas na Bahia nos municípios de Salvador, São Félix e Irecê.
Rede de troca de produção: Adaptar e aperfeiçoar a RITU (Rede de Intercâmbio de Televisão Universitária) desenvolvida pela Universidade da Paraíba, para que o mesmo possa se transformar num espaço de compartilhamento de produções feitas pelas escolas, com base no currículo real e não em currículos idealizados em gabinetes.
Criação do RIPE: Ripe vem de hippie, de contracultura, do jeito hacker de ser, do compartilhamento livre, de produção e criação descentralizada.
Por que adaptar o RITU? Basicamente porque a conexão das escolas não deve ser sempre uma maravilha e não usamos o conceito de GRADE de programação e sim de fluxo de programação.
A jogada: produzir em qualidade alta, a partir de oficinas de produção, lançar no sistema diretamente da escola ou mandar o CD para a rede, ao subir o programa em resolução alta gera-se uma versão em formato reduzido para poder ser visto na web (e baixado) com conexão baixa, tipo à la youtube e similares. Produzir vídeo completos e editados, mas também trechos de entrevistas, depoimentos, animações que possam ser, posteriormente, remixados pelos outros. Implanta-se com isso um fluxo permanente de produção e partilha.A UFPB entra com a solução da adaptação do RIPE, e a UFBA entra com bolsistas de Computação para que o “RITU da educação” seja desenvolvido a partir do que já foi feito pela UFPB.
Nas escolas: a FACED/UFBA desenvolve pesquisa de linguagem e – a partir do currículo real! – acompanhamos os núcleos de produção de vídeo e áudio, com a instalação em paralelo de Rádio Web em cada uma das escolas, com programação gerada localmente.
Tudo com software livre: claro, de cabo a rabo!
No futuro: a idéia é termos uma “tv” da educação, feita diretamente por professores e alunos do sistema publico de educação, da Bahia inteira, pra começar. Depois o brasil e…