Sobre a importância de unir dados morfológicos e moleculares ou o quê um pequeno peixe de água doce pode nos falar sobre evolução e conservação?

Os Seminários Novos e Velhos Saberes, atividade continuada de extensão, coordenada pelos programas de pós-graduação do Instituto de Biologia da Ufba (Diversidade Animal, Ecologia e Biomonitoramento, Ecologia Aplicada à Gestão Ambiental e Genética e Biodiversidade), apresentam no dia 12 de agosto a palestra de Drª. Priscila Camelier (http://lattes.cnpq.br/5822288200392555) pesquisadora do Museu de Zoologia da Usp e do Museu de História Natural da Ufba.

priscila.svgResumo da Palestra

Para preservar, é preciso conhecer!”. Certamente, esta é uma das frases mais ditas pelos sistematas e taxonomistas, que passam anos e anos das suas carreiras debruçados sobre um ou vários táxons, buscando conhece-lo(s) o máximo possível: “Quem são? Onde ocorrem? Como estão relacionados?”. Tradicionalmente, estudos que buscam responder estas questões são baseados na análise de dados morfológicos, que nos permite descrever novos táxons, propor hipóteses de relações de parentesco, discutir a evolução de determinados caracteres e uma série de outras informações relevantes ao conhecimento do grupo analisado. No entanto, nem sempre um “estudo tradicional” é suficiente para esclarecer determinadas questões e outras fontes de dados se fazem necessárias. Com o advento e a melhoria das técnicas de biologia molecular, sequências gênicas passaram a ser uma fonte de caracteres não apenas interessante como também acessível para estudos de sistemática e conservação de espécies, por exemplo. Desde então, a reunião de dados morfológicos e moleculares em uma análise combinada ganhou destaque e esta prática vem crescendo e sendo incentivada cada vez mais quando o assunto é “entender a história evolutiva de um táxon”. Mimagoniates microlepis é uma espécie de um pequeno peixe de água doce da família Characidae, amplamente distribuída em riachos que drenam a Mata Atlântica, em bacias costeiras entre o Rio Grande do Sul e a Bahia, Alto Paraná e Alto Iguaçu. Sua distribuição ampla e disjunta, somada à reconhecida variação clinal de caracteres morfológicos motivaram a realização de um estudo combinado de dados morfológicos e moleculares (filogeografia), no qual foram abordadas e discutidas questões taxonômicas, evolutivas, biogeográficas e de conservação, que envolve não apenas a espécie estudada como também o domínio em que ela ocorre, a Mata Atlântica. É sobre estas questões, levantadas a partir da análise combinada de duas fontes distintas de dados, que iremos conversar.

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