“IPBES (Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos): A ciência na tomada de decisão;

Aula inaugural do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Biomonitoramento e do Programa de Ecologia Aplicada à Gestão Ambiental, com Profª. Blandina F. Viana, professora de ambos os programas e uma das cientistas representantes do Brasil que integram a Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), entidade internacional criada em 2012 para atuar na interface entre a ciência e a tomada de decisão política, na 4ª Plenária do IPBES em fevereiro último, na Malásia. A atividade insere-se dentro dos Seminários Novos e Velhos Saberes, coordenada pelos programas de pós-graduação do Instituto de Biologia (Diversidade Animal, Ecologia e Biomonitoramento, Ecologia Aplicada à Gestão Ambiental e Genética e Biodiversidade). Dia 7 de março, às 14h00 no Salão Nobre do Instituto de Biologia.

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A Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistemas é um organismo intergovernamental independente aberto a todos os países membros das Nações Unidas, foi criado em 2012 em resposta às preocupações da comunidade científica sobre a falta de esforços internacionais para combater as ameaças à biodiversidade. A IPBES segue o mesmo modelo do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), reunindo cientistas e tomadores de decisão de todo o mundo para monitorar o estado da biodiversidade e dos recursos naturais no planeta  e fazer previsões de como as mudanças dos serviços ecossistêmicos podem afetar os ecossistemas e o bem estar humano.
O foco principal da primeira avaliação do IPBES são os polinizadores e os serviços de polinização, que foi apresentado aos tomadores de decisão, no final de fevereiro do corrente ano, em Kuala Lumpur, Malásia.    O tema polinização foi escolhido para a primeira avaliação do IPBES, principalmente, devido a sua  alta relevância política, pois sabe-se que no âmbito global 75% das principais culturas beneficiam-se da polinização e que 78 a 94% da flora silvestre também dependem de polinização por insetos. Além disso, a proteção desses polinizadores é urgente, já que estão seriamente ameaçados na maioria dos ecossistemas terrestres.
Contudo, apesar da reconhecida importância do serviço de polinização na produção de alimentos e na conservação dos ecossistemas terrestres, ainda faltam políticas globais efetivas e mais esforços para a implementação das políticas existentes. Dados recentes revelam que nos últimos 50 anos a área cultivada com culturas dependentes de polinizadores aumentou 300% para compensar o impacto do déficit de polinização na produtividade agrícola.
Nesse sentido, o trabalho  realizado pelos especialistas em 2014 e 2015, junto ao IPBES, foi baseado nas melhores informações científicas disponíveis e nos conhecimentos tradicionais indígenas, e deverá auxiliar os governos dos países membros das Nações Unidas na tomada de decisões  para conservação e uso sustentável dos polinizadores e dos serviços de polinização e fortalecerá ainda mais  a interface entre ciência e política.

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