Produtoras Colaborativas do Nordeste

Reconhecendo a Comunicação como um direito de todos, trazemos para o palco de nossas reflexões a necessária ampliação de espaços de produção colaborativa de conteúdos digitais.

Uma metodologia de criação de Produtoras Colaborativas foi desenvolvida por Pedro Jatobá da Colaborativ@PE, e ele foi convidado através do Projeto Tabuleiros Digitais para coordenar uma mesa com diferentes experiências em Produtoras implementadas no nordeste.

Essa iniciativa tinha, também, como objetivo, fomentar a reapropriação do espaço ÉduCanal da Faculdade de Educação.

A mesa foi transmitida pela Rádio Faced Web e o audio encontra-se disponível aqui ou pela Página da Rádio Faced, na aba Podcast.

OFISEG – A Oficina sobre Segurança na Internet

O Projeto Tabuleiro Digital 2.0, em parceria com o Programa Onda Digital, estará realizando no próximo dia 23 de Outubro, oficinas de orientação sobre o uso seguro da Internet, as chamadas Oficinas Itinerantes sobre Internet Segura (OFISEG).

Mas por que “Itinerantes” ?

Usamos esta nomenclatura por se tratar de um ciclo de ações pontuais sobre um mesmo tema, em  diferentes locais da nossa cidade.

O fato de estar sozinho atrás da tela de um computador enquanto se navega pela Internet, traz a falsa ideia de que o anonimato é garantido, de que as informações sobre cada internauta não é facilmente acessada por terceiros, ou que não existem pessoas mal intencionadas por lá. Então, a OFISEG vem justamente com a ideia de desmitificar e criar um espaço para discussão sobre todas essas crenças, dando uma noção a todos os participantes de como se comportar no mundo virtual, sem estar vulnerável ou comprometendo a sua integridade moral.

Esta ação contará com o apoio da SaferNet http://www.safernet.org.br/.

As inscrições estão abertas até o dia 20 de outubro. Você pode se inscrever preenchendo o formulário a seguir.

Para acessar o formulário, clique AQUI.

As atividades do Tabuleiro Digital no Litoral Sul

BOLETIM DE ATIVIDADES DO TABULEIRO DIGITAL NO TERRITÓRIO DO LITORAL SUL

1º Mutirão Audiovisual

Entre os dias 21 a 24 de junho aconteceu o 1º Mutirão Audiovisual do Terra Vista, uma ação apoiada pelo Tabuleiro Digital1 e realizada pelo assentamento Terra Vista do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, ponto de cultura Casa do Boneco de Itacaré – CBI e por oficineiros com experiência em produção audiovisual. Participaram da atividade jovens e algumas crianças do assentamento, representantes da CBI, integrantes do NEEPA, representantes do Onda Digital, do GEC e de alguns militantes do MST, totalizando 30 pessoas. O projeto Tabuleiro Digital busca promover apropriação das tecnologias da informação e comunicação, através de processos educativos para produção de conteúdo digital em software livre, favorecendo a inclusão sociodigital não apenas na cidade mas também no meio rural.
O assentamento Terra Vista possui grande relevância cultural, social e política para o território. Esta posição de destaque é fruto da filosofia educacional construída ao longo de vinte e três anos e um sonho coletivo das militantes e moradores do lugar “de que os filhos e filhas dos assentados e assentadas saíssem do assentamento como doutores.” Desde a ocupação ao latifúndio e estruturação do acampamento o que antes era pasto para os bois e capoeira abandonada foi sendo transformado em uma comunidade camponesa de exercício da cidadania. Não é a toa que o assentamento oferece diversos cusros para crianças, jovens e adultos de todo o território Litoral Sul, com destaque para o ensino fundamenal I e II, ensino médio profissionalizante, curso técnico em Agropecuária, ensino superior no curso de Agronomia para beneficiários da Reforma Agrária e a especialização em Agroecologia para Agricultura Familiar.
Durante os três dias de mutirão os participantes puderam refletir sobre a linguagem audiovisual, reelaborar práticas e princípios de produção colaborativa e contribuir com demandas de comunicação no território do Litoral Sul.Na cultura camponesa o mutirão é convocado para realizar alguma ação que sozinho seria inviável, assim os vizinhos e vizinhas a realizam em coletivo. No caso do mutirão audiovisual o trabalho era de organizar o material filmado durante a 1ª Jornada de Agroecologia da Bahia, realizada em Dezembro de 2012, e produzir pequenos vídeos para contar um pouco da história do que foi o encontro a partir do discurso dos índigenas, quilombolas e camponeses, todos produtores rurais e princípais sujeitos presentes na Jornada de Agroecologia.
Os participantes do mutirão audiovisual se dividiram em dois grupos de trabalho: o primeiro teve por objetivo selecionar os vídeos, catalogá-los e construir um roteiro e montar 5 curtas de com este material; o segundo grupo colocou em prática todo o processo de produção, desde o registro imagético e audiovisual, decupagem, roteiro e edição. Foi formada também uma turma de crianças, que não estava no planejamento inicial, mas quando nos deparamos com a quantidade de crianças e de adolescentes que permaneceram “colados” nas atividades, ficou clara a necessidade de preparar momentos adequados a esses participantes especiais, cheios de desejo de aprender. Esta turma construiu uma animação que narrou um dia de brincadeiras no assentamento. A animação foi feita usando a técnica de stop motion que usa uma sequência de fotos e gravação de audio para transformá-lo num curta.

http://www.youtube.com/watch?v=LPnJYliXOR0

1. Criado e implementado pela primeira vez em 2004, pelo Grupo de Pesquisa Educação, Comunicação e Tecnologias (GEC), vem, ora se expandindo pelo Estado da Bahia, ora enfrentando sérias dificuldades, pela falta de recurso para manutenção e reposição de equipamentos, e para a permanência dos agentes de inclusão digital em seus espaços formativos. Recentemente, numa dessas dinâmicas, o projeto foi reestabelecido após aprovado pelo MEC, no edital MEC SESU 2013, como programa “Tabuleiro Digital: formação para cidadania” uma parceria entre o Núcleo de Estudos e Práticas em Políticas Agrárias (NEEPA), Onda Digital e GEC.

Além de atividades práticas o mutirão possibilitou espaços de roda de conversa visando a reflexão dos participantes sobre o poder da linguagem audiovisual na construção de um discurso. A linguagem audiovisual esteve presente desde o início da trajetória dos movimentos sociais do campo, seja nas mãos da classe burguesa com um discurso enviesado, negativo e parcial das ações e práticas dos movimentos, ou pela produção dos parceiros dos movimentos, que buscando se contrapor a tal enviesamento, propunham produzir a versão audiovisual dos trabalhadores, à serviço dos movimentos sociais. O avanço tecnológico da última década, somado às conquistas dos movimentos sociais na área de comunicação e cultura, proporcionou ao povo maior acesso aos meios de produção audiovisual. Uma vez conquistados o desafio é a apropriação da técnica e linguagem audiovisual e, a partir dai, o passo seguinte é construir não só uma linguagem, mas uma prática audiovisual que fosse realizada pelo povo e não apenas pelas organizações parceiras. “Em poucas palavras, se a história é nossa deixa que nois escreve.”

http://www.youtube.com/watch?v=m7jjltFXAaI

Estavamos construíndo narrativas sobre a 1ª Jornada de Agroecologia da Bahia e debatendo sobre o poder da linguagem audiovisual num espaço plural, com universitários, profissionais do cinema, jovens do assentamento, quilombolas e indegenas, quando os questionamentos se o Tabuleiro Digital estaria restrito ao assentamento Terra Vista ou se poderiam apoiar toda o território foram feitos. Alguns dos presentes destacaram que as demanda da comunicação eram similares em toda o território, permeado todos aqueles sujeitos. Assim, um dos desafios colocados para um projeto de extensão no território do Litoral Sul, como o Tabuleiro Digital, era de relizar ações que possam convergir em melhorias para o território e não apenas no assentamento Terra Vista como estava previsto inicialmente.

Uma dos frutos da Jornada foi a consolidação de uma rede de agroecologia chamada de Teia de Agrecologia dos Povos da Cabruca e da Mata Atlântica, como um movimento que envolveria indigenas, sem terras, pequenos agricultores, quilombolas e todas aquelas que tinha como desafio difundir o modo de vida agroecólogico e promover unidades a partir das ações práticas. Assim, o Tabuleiro Digital precisaria mais tempo para pensar como seriam ações que atendessem as demandas de tantos sujeitos, quais suas prioridades e que práticas pedagógicas usar com cada grupo, mas o desafio estava lançado, e ficaria para o próximo encontro dar resposta a essas demandas.

Como resultado do mutirão, destacamos a realização de 18 horas de oficinas, produção de quatro vídeos com materiais gravados na 1ª Jornada de Agroecologia, realizada em dezembro de 2012 no assentamento. Além de duas novas produções, um vídeo sobre o ciclo de produção agroecologico do cacau fino, um dos principais produtos do assentamento e uma animação do tipo stop motion, trabalho dos sem-terrinha. Além de publicação de 3 materias em blogs e a crianção de um canal de divulgação de vídeos na internet.

http://www.youtube.com/user/audiovisualdospovos