Mini-Simpósio: A academia na resolução dos problemas ambientais

O Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Biomonitoramento através do mestrado profissional em Ecologia Aplicada à Gestão Ambiental, de forma integrada com os Seminários Novos e Velhos Saberes e a Semana Sócio-Ambiental da Ufba, sob a coordenação da Profª. Blandina Felipe Viana, anuncia a realização do “Mini-Simpósio: A academia na resolução dos problemas ambientais” ser realizado no auditório da Fundação Baleia Jubarte, em Praia-do-Forte, Município de Mata de São João, entre os dias 1 e 2 de junho.

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A origem das mitocôndrias nos Seminários Novos e Velhos Saberes

No dia 25 de maio, às 10h00 no Salão Nobre do Instituto de Biologia, teremos mais uma palestra dentro dos Seminários Novos e Velhos Saberes, atividade coordenada pelos programas de pós-graduação (Diversidade Aninal, Ecologia e Biomonitoramento, Genética e Biodiversidade, e do mestrado profissional em Ecologia Aplicada à Gestão Ambiental) do Instituto de Biologia da Ufba.

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Daniel S. Carvalho, Roberto F. S. Andrade, Suani T. R. Pinho, Aristóteles Góes-Neto, Thierry C. P. Lobão, Gilberto C. Bomfim e Charbel N. El-Hani realizaram estudos em rede e Prof. Charbel El-Hani, do Instituto de Biologia vai apresentar os resultados alcançados quando de sua palestra: “Qual a origem das mitocôndrias? Uma abordagem usando redes complexas”. O trabalho é resultado da cooperação científica entre pesquisadores da Ufba e de outras universidades brasileiras e busca através de um instrumento (redes complexas) responder a uma questão biológica (origem das mitocôndrias) de caráter atual e sumamente importante dentro do contexto da Evolução.

mitocôndria_finalAs mitocôndrias originaram-se endosimbioticamente de anscestrais de bactérias similares às alfa-proteo-bactérias. Contudo, existem ainda dúvidas sobre quão próximas filogeneticamente o grupo das alfa-proteo-bactérias estaria próximo do ancestral mitocondrial. Os grupos propostos compreendem as ordens Rickettsiales, a família Rhodospirillaceae, e o gênero Rickettsia. No presente estudo, os pesquisador aplicaram uma abordagem de uma nova rede complexa para investigar as origens evolucionárias da mitocôndria, analisando módulos de sequências de proteínas numa rede crítica obtida através de limiares de similaridade entre as sequências estudadas.  O grupo de dados incluem subunidades de três ATP-sintetase (4, 6 e 9) e os seus homólogos nas alfa-proteo-bactérias(b, a e c). Em todas as sub-unidades analisadas, os resultados não sustentam de nenhum modo a hipótese de que as Rickettsiales estariam próximas de um ancestral mitocondrial.  Os resultados indicam sim que a hipótese de que a mitocôndria faça parte de um ancestral comum de todas as ordens das alfa-proteo-bactérias, com exceção das Rickettsiales.

A habilidade cognitiva de hominíneos extintos à luz de evidências genômicas.

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Os Seminários Novos e Velhos Saberes, atividade continuada de extensão dos programas de pós-graduação do Instituto de Biologia (Diversidade Animal, Ecologia e Biomonitoramento, Genética e Biodiversidade e o mestrado profissional em Ecologia Aplicada à Gestão Ambiental), apresenta no dia 15 de maio, às 14h00, no Salão Nobre do Instituto de Biologia, a palestra de Profª. Drª. Vanessa Paixão-Cortês, do Departamento de Biologia Geral da Ufba. A professora tem doutorado em Genética e Biologia Molecular pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.  Tem experiência na área de Genética e Evolução, atuando nas seguintes áreas: Evolução Humana (Homo sapiens, Neandertal e Denisova), Mamíferos, Evolução Molecular, Genética Médica Populacional e Bioinformática.

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Sua palestra “A habilidade cognitiva de hominíneos extintos à luz de evidências genômicas”, leva em consideração um tema  muito discutido em ciência, qual seja,  como seria a história evolutiva de nossa espécie desde a publicação revolucionária de Darwin em A Origem das Espécies. Durante este percurso, ciência responsável por organizar a árvore de nossa filogenia pode basear-se unicamente a partir do estudo da morfologia dos fósseis encontrados de hominíneos. A antropologia evolutiva seria tal ciência, e continuamente tem sido auxiliada por diversas outras ciências, como a física, química e outros ramos independentes da biologia.

Em 2010 foi publicado o rascunho do genoma de uma espécie humana extinta, da espécie Homo neanderthalensis, e de um hominíneo ainda não definido batizado como Denisova (nome dado por ter sido encontrado na caverna de Denisova, Rússia). Tais resultados modificaram completamente o estudo da evolução humana, com a formulação de novas questões. Uma delas seria como os humanos modernos desenvolveram sua incrível capacidade cognitiva? Com o objetivo de identificar quais mudanças genética eram únicas em humanos, procurou-se por genes diretamente relacionados com habilidade cognitiva usando o banco de dados da ferramenta “Gene Ontology” chamada AmiGO (http://amigo.geneontology.org/cgi-bin/amigo/browse.cgi). Informações funcionais e localização do gene no cromossomo foram obtidas do banco de dados online GeneCards/GeneAlaCart database (http://www.genecards.org/) (ver organograma). A busca no programa “AmiGO” permitiu selecionar 162 genes relacionados diretamente ao processo cognitivo.

As regiões codificadoras dos genes escolhidos foram coletadas pelos genomas do Homo sapiens (NCBI Build 36/hg18), bem como as regiões correspondentes do genoma do Neandertal e espécie de Denisova e de outros 11 primatas não humanos usando a ferramenta de busca UCSC Genome browser (http://genome.ucsc.edu/cgi-bin/hgGateway?org=Human).

Foram encontrados um total de 162 genes que estariam diretamente relacionados com habilidades cognitivas humanas. Dentro destes genes, foram encontradas 94 substituições não-sinônimas em 52 genes onde o alelo derivado estava presente em humanos e o alelo ancestral presente em chimpanzé. Noventa e três por cento das posições em Neandertais o mesmo alelo encontrado em humanos era observado, enquanto 4,2% dos loci eram heterozigotos para ambos os alelos derivados e ancestrais e apenas 2,8% dos loci apresentavam variantes novas. No espécime de Denisova apenas um sítio com o alelo ancestral e um locus heterozigoto foi encontrado. Demais todos apresentavam o mesmo alelo com os humanos modernos.

De acordo com nossos resultados, se existiram diferenças cognitivas relacionadas à perda da habilidade competitiva dos hominíneos extintos quando comparado aos humanos modernos, essas diferenças não deixaram marcas evidentes no background genômico das regiões estudadas. A variabilidade cognitiva entre espécies modernas e extintas não seria maior do que presente dentro dos humanos modernos existentes.

Sistemas Dinâmicos no Estudo dos Ecossistemas

A palestra desta segunda-feira, nos Seminários Novos e Velhos Saberes, às 10h00, no Salão Nobre do Instituto de Biologia da Ufba, será de Prof. John Collier, do Departamento de Filosofia, da University of KwaZulu-Natal (África do Sul), que tem como título:

Functionality in Open Dynamical Systems: The Case of Ecology

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Prof. Collier é bolsista do CNPq, com uma bolsa de pesquisador-visitante estrangeiro, associado ao Prof. Charbel El-Hani do Instituto de Biologia.

Resumo da palestra escrito pelo Prof. Collier

Dynamical systems theory applies to anything that changes with time. In mathematics this is interpreted rather broadly, but in physics, and often in other sciences, it applies to systems with forces and flows, often in a network, that are typically open to exchanges with the outside. This makes it well suited to the study of ecosystems. Ecosystems are not only open to outside influences, but are often nested by scale in space and time. One of the first problems in discussing ecosystem function, then, is to give a definition of ecosystem individuation and its consequences. One of the consequences is that it is reasonable to define functionality within an ecosystem in terms of contributions to the  maintenance of this individuation, as I have done elsewhere for organisms, using a dynamical notion of autonomy. I will briefly argue that common etiological accounts of function are not suitable for discussing ecosystem function. We don’t typically think of ecosystems as autonomous, but autonomy comes in degrees, so even if the word is not apt, the idea is. I will distinguish between ecosystem role in general and functionality in particular. Ecosystem role, which is sometimes identified with function, can actually undermine ecosystem functionality. I will also distinguish between ecosystem functions and ecosystem services. The latter serve some larger or separate systems (whence again the importance of individuation). They are important for understanding how nested ecosystems are related to each other through functional dependence.

O tamanho importa? Estado do conhecimento e relevância ecológica das briófitas na Floresta Atlântica Nordestina.

O tamanho importa? Estado do conhecimento e relevância ecológica das briófitas na Floresta Atlântica Nordestina

Na próxima sexta-feira, dia 8 de maio, às 14h00, no Salão Nobre do Instituto de Biologia, os Seminários Novos e Velhos Saberes, atividade continuada de extensão dos programas de pós-graduação do Instituto de Biologia da Ufba (Diversidade Animal, Ecologia e Biomonitoramento, Genética e Biodiversidade e o mestrado profissional em Ecologia Aplicada à Gestão Ambiental), apresenta a palestra da Profª. Dr. Mércia Silva, professora do Departamento de Botânica da Ufba.

A professora com mestrado e doutorado em Biologia Vegetal pela Universidade Federal de Pernambuco, tem experiência na área de Botânica, com ênfase em Taxonomia, Sistemática e Ecologia de Criptógamos, atuando principalmente em biogeografia, distribuição espacial, brioflora, mata atlântica, fragmentação e conservação.

Sua palestra versará sobre o estado da arte do conhecimento sobre a brioflora na Floresta Atlântica Nordestina. A brioflora regional corresponde a 58% do total conhecido para o Domínio Floresta Atlântica, onde novas espécies têm sido descritas e táxons vulneráveis, de distribuição rara e bioindicadores evidenciados, e a Bahia é o estado de maior riqueza. A relevância ecológica da brioflora regional é acessada mediante endemismo, raridade de distribuição e caráter bioindicador de qualidade ambiental dos táxons.

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