Taximetro acadêmico

Durante a última 32ª ANPEd (out.2009), e ao longo dos últimos anos, discute-se muito no interior das Univerdades os sistemas de avaliação, centrados, de uma maneira geral, em lógicas produtivistas baseadas na eficácia e eficiência do trabalho acadêmico.
Dura discussão que acontece em todo o mundo e, no caso brasileiro, ganha novos contronos com a definição de um novo Qualis – sistema de avaliação e rankeamento das revistas cadêmicas – em implantação pelo governo, mais especificamente pela CAPES.
Destaco aqui o maravilhoso texto do professor Muricio Rocha-e-Silva, editor da revista Clinics, e que gerou uma dura e bem humorada carta ao Presidente da Caes.
Pela qualidade do texto e dos argumento, reproduzo um tico aqui em baixo…

"Professor Doutor Jorge Guimarães
DD Presidente, CAPES
São Paulo, 2 de agosto de 2009.

Meu caro Jorge

Você já viu, não é, o Novo Qualis está dando pano pra mangas! Até
rendeu excelente matéria em "O Estado de São Paulo" sob o sugestivo
título Ranking coloca revistas científicas brasileiras em ‘risco de
extinção’.1 Entrevistado, você disse "não concordar com algumas
mudanças como a limitação do número de revistas que podem ser
classificadas num determinado estrato." Viva! O Senhor Presidente
começou a ver o problema! Infelizmente você adotou um tom de crítica
ultraleve, para minimizar, como mero detalhe, esta que é a mais
perversa das invenções do Comitê dos Numerólogos Alienados (CNA).
Desculpe-me, mas inventei esta sigla porque siglas estão na moda e
porque me recuso a lembrar o nome oficial do Comitê. Ao decidir que
apenas 25% dos periódicos do mundo são dignos de figurar no Qualis A,
os Alienados estabeleceram, talvez sem notar, curiosa e inevitável
conseqüência matemática: o valor limite para cada área foi fixado por
numerologia, sem nenhuma relação com a realidade da respectiva
produção científica" …

e por ai Rocha-e-Silva vai, desenrolando seus argumentos, para, finalmente, terminar com o que ele chama de, "uma norta leve".

Rocha-e-Silva:

"quem sabe, meu caro Jorge, você podia imitar o
que aconteceu no domingo, 26 de julho, em Belgrado, durante a final da
Liga Mundial de Vôlei. Quando o juiz de cadeira, um holandês
simpático, cometeu erro grotesco de arbitragem, a mesa de anotadores,
exorbitando de suas atribuições, fez algo que eu, velho fã do vôlei,
nunca tinha visto. Chamou o holandês e mui simplesmente deu-lhe a
ordem política: mude sua decisão, porque não dá para viver com esse
erro! Pois não é que funcionou: o homem voltou para a cadeira e mudou
a decisão! Por incrível, que pareça, meu companheiro Jorge, o mundo
não acabou! Zeus que mora logo ao lado, no Monte Olimpo, não lhe
atirou um de seus raios fatais; Ares não declarou guerra; talvez até
mais realisticamente, os vinte mil sérvios "prejudicados" não saltaram
da arquibancada por sobre a cerca baixa para trucidar o holandês. O
jogo acabou em paz, limpo e transparente! Agora cabe a você, meu caro,
chamar os numerólogos e ordenar-lhes que rediscutam amplamente,
conosco! E que depois consertem, porque não dá para viver com erro tão
grotesco. Faça o que é preciso, Jorge: mande o novo Qualis para Netuno
(ou para Poseidon se estiver numa veia mais helênica)! Mexer nos
critérios, Jorge, é preciso, porque mexer, assim como navegar, é
preciso!

Com toda minha admiração, amizade e cordialidade

Um grande abraço

Mauricio Rocha e Silva

Editor, Clinics"

O texto acadêmico integral está disponível no Scielo, com a seguinte referência

ROCHA-E-SILVA, Mauricio. O novo Qualis, ou a tragédia anunciada. Clinics [online]. 2009, vol.64, n.1, pp. 1-4. ISSN .  doi: 10.1590/S1807-59322009000100001. [link direto]

A carta que circulou na internet está abaixo, na integra. Grato Cesar Leiro pelo envio da carta.  

O Novo Qualis, que não tem nada a ver com a ciência do Brasil. Carta aberta ao presidente da CAPES

Mauricio Rocha-e-Silva – Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo – São Paulo/SP, Brazil. mrsilva36@hcnet.usp.br

Professor Doutor Jorge Guimarães
DD Presidente, CAPES
São Paulo, 2 de agosto de 2009.

Meu caro Jorge

Você já viu, não é, o Novo Qualis está dando pano pra mangas! Até
rendeu excelente matéria em "O Estado de São Paulo" sob o sugestivo
título Ranking coloca revistas científicas brasileiras em ‘risco de
extinção’.1 Entrevistado, você disse "não concordar com algumas
mudanças como a limitação do número de revistas que podem ser
classificadas num determinado estrato." Viva! O Senhor Presidente
começou a ver o problema! Infelizmente você adotou um tom de crítica
ultraleve, para minimizar, como mero detalhe, esta que é a mais
perversa das invenções do Comitê dos Numerólogos Alienados (CNA).
Desculpe-me, mas inventei esta sigla porque siglas estão na moda e
porque me recuso a lembrar o nome oficial do Comitê. Ao decidir que
apenas 25% dos periódicos do mundo são dignos de figurar no Qualis A,
os Alienados estabeleceram, talvez sem notar, curiosa e inevitável
conseqüência matemática: o valor limite para cada área foi fixado por
numerologia, sem nenhuma relação com a realidade da respectiva
produção científica. Apenas um exemplo: na Medicina I, o fator de
impacto limite é 3.7, porque 25% das revistas mundiais nas categorias
("subject categories" do JCR) incluídas em Medicina 1 têm fator de
impacto > 3.7. Relação com a produção científica brasileira em
Medicina 1? Nenhuma! Alias, quem se der ao trabalho de ler o documento
básico do CNA vai constatar a completa falta de preocupação com essa
"insignificância". Este fato é tão importante que é preciso enfatizar.
Através dessa numerologia arbitrária os Senhores Alienados criaram uma
tabela que vale para o Afeganistão, Haiti, Estados Unidos, Suíça e
Ruanda. Também para Marte, Júpiter ou Netuno. Ou se quisermos ter um
ataque de Helenismo erudito, para Ares, Zeus e Poseidon! Em outras
palavras não vale para ninguém! É apenas um fetiche! "To the best of
my knowledge", como se diz por aí, ninguém havia divulgado esse
aspecto do Novo Qualis. Se você preferir uma posição técnica, aí vai:
a base de construção do Qualis A está metodologicamente viciada: é uma
quase impossibilidade estatística (p < 10-50, algo como a
probabilidade de dar zebra no hipotético basquete ilustrado mais
adiante) que o primeiro quartil dos periódicos de CADA uma das SUBJECT
CATEGORIES do ISI seja o limite adequado para CADA UMA das áreas da
Ciência Brasileira. Mas nem tudo está perdido, pois ganhamos um aliado
importante: estamos te recebendo de braços abertos, ilustre Presidente
para jogar no nosso time. Quem sabe até ser nosso capitão: Como nos
nossos bons e velhos tempos de estudantes, vamos sair pra rua, atrás
de uma faixa com um bom slogan: Abaixo o Novo Qualis! Restaure-se o
realismo!

Mas o problema não se esgota nessa numerologia alienada! Ninguém
discute que o velho Qualis está superado e há que criar nova forma de
classificação para as publicações científicas brasileiras. Desculpe-me
o repetir aquilo que você mesmo orgulhosamente tem dito, nossa ciência
cresceu consideravelmente em qualidade e geometricamente em
quantidade. Acrescento que em qualidade, somos o Número Um do BRIC
(Brasil, Rússia, Índia, China). Em quantidade, o Número Quatro. Mas
quando comparamos nossa qualidade com a do primeiro mundo ainda há um
longo caminho a percorrer. Publicamos mais que a Suíça, mas a
qualidade fica muito atrás. Como se medem essas coisas? O Qualis velho
já usava o Fator de Impacto como medida de qualidade, porque não havia
escolha: naquele tempo era a única régua disponível. E se aos nossos
olhos de 2009, o velho Qualis parece baixo há que lembrar que era
realista quando criado. E por ser realista, era atingível. E por isso
não distorceu a avaliação. Muito pelo contrário: contribuiu para
"puxar" para cima a qualidade da ciência brasileira, e isso devemos à
CAPES! Obrigado a você e aos seus antecessores! Mas neste novo
milênio, existem réguas novas. E a tecnologia da informação está anos
luz adiante dos tempos do velho Qualis. E aqui está justamente o
segundo grande problema do novo Qualis: enclausuraram a avaliação da
produção científica brasileira na camisa de força de um único e
discutível critério, o Fator de Impacto do JCR. Por falar em réguas
novas, o que dizer do "metro" do Scopus, que abrange quase o dobro dos
periódicos cobertos pelo ISI? E o Fator H, que tem limitações mas pode
ser corrigido? Mas não! Os Alienados delegaram a um computador situado
em Philadelphia a avaliação da nossa ciência. Como gesto de
subserviência intelectual já seria péssimo! Pior é que o dono do
computador, o Institute for Scientific Information (ISI), já cansou de
alertar: o computador do JCR jamais foi programado para avaliar
trabalhos científicos individuais, mas sim periódicos científicos.
Fator de Impacto não oferece qualquer garantia de que o artigo "A",
publicado no periódico "X", com Fator de Impacto "N" tem a qualidade
prometida pelo Fator de Impacto "N". Muitíssimo pior: aquele gesto de
subserviência ao bom e velho imperialismo ideológico ianque excluiu
totalmente a inteligência humana de qualquer participação no processo
de avaliação da ciência brasileira! Cabe a pergunta: foi comodismo (o
computador faz tudo, a gente descansa) ou foi burrice (nem pensamos
nisso)?

O terceiro problema deriva da composição de área Qualis de
pós-graduação. Já o analisei minuciosamente antes,2 mas não custa
resumir aqui. Cada área de conhecimento CAPES engloba uma pluralidade
de categorias ("subject categories") do JCR. Sempre usando Medicina I
como exemplo, incluem-se ali cerca de 15 "subject categories"
(allergy, cardiology, clinical neurology, critical care medicine,
endocrinology, gastroenterology, hematology, immunology, infectious
diseases, nephrology, oncology, ophthalmology, respiratory system,
rheumatology, possivelmente mais uma ou outra que me escapou). Estas
categorias têm enorm
es diferenças de Impacto entre elas. O próprio ISI
já disse um zilhão de vezes: é terminantemente proibido comparar
Fatores de Impacto entre diferentes "subject categories", porque cada
uma tem capacidade intrínseca própria de gerar citações. Mas nossos
numerólogos lixam-se! A consequência é tão previsível quanto resultado
de jogo de basquete Dream Team vs. Caixa Prego FC! As áreas com alta
capacidade inerente de receber citações, tipo Oncologia e Imunologia,
vão lotar os níveis mais altos da pós-graduação brasileira. No outro
extremo, áreas com capacidade inerente baixa, tipo Nefrologia e
Oftalmologia serão relegados aos níveis mais baixos. Mas será que a
Imunologia e Oncologia são mesmo ciências de elite, enquanto
Nefrologia e Oftalmologia são a ralé? Quando puder, companheiro,
pergunte aos numerólogos: a pergunta é válida porque estou convencido
de que, alienadamente, nem perceberam o tamanho do erro e de fato
acreditam nisso: lá na rodinha deles, desconfio que suas sinceras
cabecinhas balançam afirmativamente; já em público suas falsas línguas
gritam "não"! Mas assim como é certo que o Dream Team ganharia de
lavada, também é certo que o novo Qualis fará com que cada área
discrimine programas tipo elite e programas tipo ralé. Também é
garantido que essa segregação não terá relação com qualidades ou
defeitos, apenas com as respectivas capacidades inerentes de gerar
citações. Voltando ao argumento técnico, a Tabela 1
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1807-59322009000800002&lng=en&nrm=iso&tlng=pt#tab01>
prova o que estou dizendo:

 

 

Portanto, pela própria e furadíssima metodologia numerológica dos
Alienados, o Qualis A (Impact Factor > 3.7) é altamente permissivo
para Oncologia (deveria ser 4.5), altamente restritivo para
Oftalmologia (deveria ser 2.5), como queríamos demonstrar! Quem quiser
se dar ao trabalho, pode repetir essa operação para qualquer área e
vai provar a mesma coisa, mutatis mutandi. Mas deixemos de lado essa
erudição besta e voltemos à metáfora esportiva. Afirmo e assino
embaixo: o novo Qualis "rouba" a favor de Oncologia e "bate a
carteira" da Oftalmologia (como sabe, Jorge, não sou oncologista ou
oftalmologista). Simplesmente peguei o "líder" e o "lanterna" do
ranking Medicina I. Não estou acusando ninguém, fora, é claro, os
Alienados; e apenas para tentar impedir que esse jogo absurdo seja
jogado. Esta é apenas a pequena acusação. A grande vem depois. Não
podemos nos dispersar: vamos à luta! Seja nosso capitão, Jorge!

O quarto problema diz respeito aos periódicos brasileiros. Aqui, o
esnobismo dos numerólogos se junta a certo saudosismo brega pela moda
chique do século passado. Os ilustres Senhores aprenderam etiqueta de
publicação nos anos 60-80 com seus maiores (como eu aprendi com o
velho Mauricio!): publicar em periódico brasileiro era burrice e
vergonha! Ninguém lia, ninguém tinha acesso, etc, etc. Mas parece que
os tipos nem perceberam que já estamos no Século XXI. E aqui também,
Jorge, aqui na ciência, a moda chique começa a mudar: nestes primeiros
nove anos, os downloads de artigos da coleção SciELO saltaram de menos
de meio milhão para quase 100 milhões/ano. É isso mesmo: somos hoje
duzentas vezes (vinte mil por cento!) mais lidos que em 2000! Não me
entenda mal, meu amigo! Não estou querendo dizer que ao sul do Trópico
de Câncer se publica ciência tão boa quanto ao norte. Mas essa
diferença, que é real, não exclui a existência de viez
anti-periódicos-terceiromundistas. Este viez define-se em poucas
palavras: a diferença de impacto é muito maior que a diferença de
qualidade. Traduzindo para o óbvio ululante: se um autor puder
escolher entre citar artigos de qualidade semelhante, um o New England
Journal, outro do Brazilian Journal, geralmente vai preferir o
primeiro. Vale para autores do mundo inteiro, inclusive para
brasileiros. Vale até naqueles casos em que o artigo do Brazilian é
melhor que o do New England. Lembre-se, meu amigo: como diz o próprio
ISI, o alto Fator de impacto da revista "X" não garante que o artigo
"A" seja bom! Só que é mais chique citar New England que Brazillan!
Depois que virei editor ando reqüentando outras rodas, Jorge. Vou
sempre às reuniões do Council for Science Editors dos Estados Unidos.
Até mesmo eles reconhecem este fato: revistas dos "developing
countries" têm menor impacto intrínseco que as do primeiro mundo
(assim como oftalmologia vs. oncologia, mutatis mutandi). E aqui
chegamos ao grande paradoxo, que periga descambar para a esquizofrenia
oficial: de um lado, na mão da história, como diria o velho Lênin,
Governo Federal, CNPq, CAPES apóiam (e muito!) os periódicos
brasileiros. Neste ano, CNPq e CAPES nos repassaram R$ 6.000.000,00
com excelentes critérios de seleção. Nós só temos é que agradecer!
Tudo beleza, as revistas brasileiras progredindo a olhos vistos, o
casamento CNPq-CAPES-SciELO a união perfeita. Mas agora os numerólogos
alienados escaparam pela contra mão da história e decretaram: fica
terminantemente proibido publicar em periódicos brasileiros! Quem
cometer a infração será impiedosamente punido com o rebaixamento de
sua área de pós-graduação. É isso que cria o risco de extinção de que
fala "O Estado de São Paulo". Também torpedeia brutalmente o trabalho
do SciELO. Logo o SciELO, que serve de modelo para o mundo! É isso que
queremos, Jorge?

Correndo riscos por defender a preservação dos promissores periódicos
brasileiros, vou repetir o que tenho escrito e dito (inclusive diante
do Council for Science Editors): uma boa coleção de revistas
autóctones é, cada vez mais, imperativo de soberania científica
nacional. Nações que não as têm vão depender da boa vontade do
primeiro mundo para publicar. Ou seja, vai continuar difícil publicar
o que não interessa aos lá de cima; mais difícil ainda publicar o que
interessa tanto aos lá de cima que é melhor engavetar e deixar os old
friends "ganhar" a corrida. Todos sabemos que isso ocorre! Guglielmo
Marconi criou uma Revista Italiana de Física quando percebeu que os do
norte da Europa iam "sugar" suas descobertas. Pois é, Jorge: se os
Alienados não entr
assem em cena, dentro de pouco tempo teríamos
revistas aceitáveis até para os nossos maiores "cobras"! Estou
portanto acusando formalmente os numerólogos de ato de lesa-pátria.
Sei que é brega, mas estou ficando cada dia mais brega!

O que mais pode/deve ser feito, além de tirar o Qualis do surrealismo
em que o colocaram: surrealismo, no caso é (palavras suas, Jorge)
limitar "o número de revistas que podem ser classificadas num
determinado estrato"?1 Além de tirar o Qualis dali, o que fazer para
proteger as revistas brasileiras? A resposta é óbvia, até porque já
foi usada pela CAPES no passado: precisamos de um "subsídio" para os
periódicos nacionais, um "desconto" no Fator de Impacto Crítico. Algo
como 40% em relação aos atuais valores do Qualis em Medicina. Porque
40%? É um valor empírico e operacional, ao qual cheguei por
aproximações seriadas, sem pré-condições. Consequentemente, estou
convencido que é bem melhor que o fetiche do CNA. Com 40% de desconto,
o "Qualis A2" para as Medicinas 1, 2, e 3 se altera como mostra a
Tabela 2 <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1807-59322009000800002&lng=en&nrm=iso&tlng=pt#tab02>
. Para comparação, a Tabela 3
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1807-59322009000800002&lng=en&nrm=iso&tlng=pt#tab03>
mostra os Fatores de Impacto JCR das cinco maiores revistas
brasileiras no ano de 2008:3

Repetido para outras áreas do conhecimento esse exercício dará
resultados semelhantes. Mesmo com esse "desconto", apenas 4 periódicos
brasileiros atingiriam hoje Qualis A2 e apenas para as Medicinas 2 e
3. Como você pode ver, não proponho que se escancare a porteira. Mas
essa "pequena" abertura traria vantagem enorme: quando o velho Qualis
foi estabelecido nenhuma revista brasileira tinha impacto suficiente
para ser Qualis Internacional A. Mas os valores daquele tempo criaram
um horizonte viável. Em médio prazo, muitas revistas chegaram lá, com
grande proveito para a ciência brasileira e para os periódicos. Tal
como está, a nova tabela não oferece horizonte viável! Com 40% de
desconto algumas já chegam ao A2 e muitas outras podem chegar!

Para quase terminar, meu amigo, permito-me a ousadia de botar defeito
numa das suas afirmações ao Estadão: Ao comentar as críticas da
comunidade, você disse que "estão reclamando deles mesmos".1 O novo
Qualis "foi decisão dos pares, não da Diretoria (da Capes)".1 Mas, por
favor, companheiro Jorge, você sabe muito bem: decisão por pares é
decisão de mérito. O novo Qualis não é uma decisão de mérito! É uma
decisão política! Antes de ser promulgado, teria que ser discutido
pela comunidade. Tolerar o debate agora, mas afirmar (palavras suas,
Jorge) que "não vamos mexer nos critérios, porque não precisa"1 é uma
forma perversa de centralismo democrático. Se ficarmos assim, só nos
resta esperar pelo impacto do meteoro "Novo Qualis" sobre a ciência
brasileira! Sobre os periódicos brasileiros! E, depois do impacto,
pensar sobre o que fazer com os restos! Mas felizmente ainda há tempo:
é imperioso começar a discutir para valer, na comunidade, não apenas
entre o público interno, como desviar a rota do meteoro.

Desculpe-me porque esta carta ficou meio longa, mas não consegui
desenvolver racionalmente meu argumento completo em poucas palavras.
Termino numa nota leve: quem sabe, meu caro Jorge, você podia imitar o
que aconteceu no domingo, 26 de julho, em Belgrado, durante a final da
Liga Mundial de Vôlei. Quando o juiz de cadeira, um holandês
simpático, cometeu erro grotesco de arbitragem, a mesa de anotadores,
exorbitando de suas atribuições, fez algo que eu, velho fã do vôlei,
nunca tinha visto. Chamou o holandês e mui simplesmente deu-lhe a
ordem política: mude sua decisão, porque não dá para viver com esse
erro! Pois não é que funcionou: o homem voltou para a cadeira e mudou
a decisão! Por incrível, que pareça, meu companheiro Jorge, o mundo
não acabou! Zeus que mora logo ao lado, no Monte Olimpo, não lhe
atirou um de seus raios fatais; Ares não declarou guerra; talvez até
mais realisticamente, os vinte mil sérvios "prejudicados" não saltaram
da arquibancada por sobre a cerca baixa para trucidar o holandês. O
jogo acabou em paz, limpo e transparente! Agora cabe a você, meu caro,
chamar os numerólogos e ordenar-lhes que rediscutam amplamente,
conosco! E que depois consertem, porque não dá para viver com erro tão
grotesco. Faça o que é preciso, Jorge: mande o novo Qualis para Netuno
(ou para Poseidon se estiver numa veia mais helênica)! Mexer nos
critérios, Jorge, é preciso, porque mexer, assim como navegar, é
preciso!

Com toda minha admiração, amizade e cordialidade

Um grande abraço

Mauricio Rocha e Silva

Editor, Clinics

 

REFERÊNCIAS

1. Escobar E. Ranking coloca revistas científicas brasileiras em
‘risco de extinção’. O Estado de São Paulo, 6 de julho de 2009, página
A13. [ Links ]

2. Rocha-e-Silva M. O Novo Qualis ou a tragédia anunciada. Clinics.
2009;64:1-4. [ Links ]

3. Journal of Citation Reports. ISI Web of Knowledge.
http://apps.isiknowledge.com <http://apps.isiknowledge.com/> .

Este post tem 17 comentários

  1. Anônimo

    Caro Nelson,
    estou inaugurando por aqui. Essa postagem é muito bacana e vem aumentar a visibilidade de um tema de suma importância para os tempos de publish or perish. Os critérios colocados pela CAPES visam ampliar a produção científica do país. Porém, fica o questionamento: prezamos pela qualidade ou pela quantidade?Segundo Betti et al (2004), o exame da biografia do sociólogo alemão Norbert Elias (1897-1990) – hoje reconhecido com um dos grandes nomes da Sociologia contemporânea – revela que ele pouco publicou durante a maior parte de sua vida. Fosse ele docente de um programa de pós-graduação em Educação, no Brasil de hoje, teria sido descredenciado.
    Na Educação Física, área de onde falo, o abacaxi é ainda pior. Embora sejamos uma área multidisciplinar, estamos alocados na saúde. Imagine a sacanagem institucionalizada. Uma pesquisa que tematize a aula de Educação Física pode não ter seu reconhecimento nas avaliações de alguns programas de pós-graduação se for publicada na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, que, embora seja bem classificada no sistema Qualis periódico na área de Educação, não se encontra alocada entre os periódicos da Área 21 da CAPES (área da saúde). Para ter status perante os programas de pós graduação da área, o mesmo texto teria que se adequar, por exemplo, às normas da Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, ou da Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, ambas classificadas na área em que está situada a Educação Física.
    Quando estava no mestrado ouvi muito pouco sobre ser professor, sobre a função vanguardista das universidades etc. Mas ouvi muito que deveria publicar, publicar e publicar, afinal, ser um aluno Qualis A era preciso, viver a educação não era preciso…por que o Mauricío não escreveu esse texto antes??
    Um super abraço pra ti…vou acompanhando a discussão por aqui.
    Diego S. Mendes (agora em Aracaju)

  2. Anônimo

    Caro Nelson,
    estou inaugurando por aqui. Essa postagem é muito bacana e vem aumentar a visibilidade de um tema de suma importância para os tempos de publish or perish. Os critérios colocados pela CAPES visam ampliar a produção científica do país. Porém, fica o questionamento: prezamos pela qualidade ou pela quantidade?Segundo Betti et al (2004), o exame da biografia do sociólogo alemão Norbert Elias (1897-1990) – hoje reconhecido com um dos grandes nomes da Sociologia contemporânea – revela que ele pouco publicou durante a maior parte de sua vida. Fosse ele docente de um programa de pós-graduação em Educação, no Brasil de hoje, teria sido descredenciado.
    Na Educação Física, área de onde falo, o abacaxi é ainda pior. Embora sejamos uma área multidisciplinar, estamos alocados na saúde. Imagine a sacanagem institucionalizada. Uma pesquisa que tematize a aula de Educação Física pode não ter seu reconhecimento nas avaliações de alguns programas de pós-graduação se for publicada na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, que, embora seja bem classificada no sistema Qualis periódico na área de Educação, não se encontra alocada entre os periódicos da Área 21 da CAPES (área da saúde). Para ter status perante os programas de pós graduação da área, o mesmo texto teria que se adequar, por exemplo, às normas da Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, ou da Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, ambas classificadas na área em que está situada a Educação Física.
    Quando estava no mestrado ouvi muito pouco sobre ser professor, sobre a função vanguardista das universidades etc. Mas ouvi muito que deveria publicar, publicar e publicar, afinal, ser um aluno Qualis A era preciso, viver a educação não era preciso…por que o Mauricío não escreveu esse texto antes??
    Um super abraço pra ti…vou acompanhando a discussão por aqui.
    Diego S. Mendes (agora em Aracaju)

  3. Anônimo

    Caro Nelson,
    estou inaugurando por aqui. Essa postagem é muito bacana e vem aumentar a visibilidade de um tema de suma importância para os tempos de publish or perish. Os critérios colocados pela CAPES visam ampliar a produção científica do país. Porém, fica o questionamento: prezamos pela qualidade ou pela quantidade?Segundo Betti et al (2004), o exame da biografia do sociólogo alemão Norbert Elias (1897-1990) – hoje reconhecido com um dos grandes nomes da Sociologia contemporânea – revela que ele pouco publicou durante a maior parte de sua vida. Fosse ele docente de um programa de pós-graduação em Educação, no Brasil de hoje, teria sido descredenciado.
    Na Educação Física, área de onde falo, o abacaxi é ainda pior. Embora sejamos uma área multidisciplinar, estamos alocados na saúde. Imagine a sacanagem institucionalizada. Uma pesquisa que tematize a aula de Educação Física pode não ter seu reconhecimento nas avaliações de alguns programas de pós-graduação se for publicada na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, que, embora seja bem classificada no sistema Qualis periódico na área de Educação, não se encontra alocada entre os periódicos da Área 21 da CAPES (área da saúde). Para ter status perante os programas de pós graduação da área, o mesmo texto teria que se adequar, por exemplo, às normas da Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, ou da Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, ambas classificadas na área em que está situada a Educação Física.
    Quando estava no mestrado ouvi muito pouco sobre ser professor, sobre a função vanguardista das universidades etc. Mas ouvi muito que deveria publicar, publicar e publicar, afinal, ser um aluno Qualis A era preciso, viver a educação não era preciso…por que o Mauricío não escreveu esse texto antes??
    Um super abraço pra ti…vou acompanhando a discussão por aqui.
    Diego S. Mendes (agora em Aracaju)

  4. Anônimo

    Caro Nelson,
    estou inaugurando por aqui. Essa postagem é muito bacana e vem aumentar a visibilidade de um tema de suma importância para os tempos de publish or perish. Os critérios colocados pela CAPES visam ampliar a produção científica do país. Porém, fica o questionamento: prezamos pela qualidade ou pela quantidade?Segundo Betti et al (2004), o exame da biografia do sociólogo alemão Norbert Elias (1897-1990) – hoje reconhecido com um dos grandes nomes da Sociologia contemporânea – revela que ele pouco publicou durante a maior parte de sua vida. Fosse ele docente de um programa de pós-graduação em Educação, no Brasil de hoje, teria sido descredenciado.
    Na Educação Física, área de onde falo, o abacaxi é ainda pior. Embora sejamos uma área multidisciplinar, estamos alocados na saúde. Imagine a sacanagem institucionalizada. Uma pesquisa que tematize a aula de Educação Física pode não ter seu reconhecimento nas avaliações de alguns programas de pós-graduação se for publicada na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, que, embora seja bem classificada no sistema Qualis periódico na área de Educação, não se encontra alocada entre os periódicos da Área 21 da CAPES (área da saúde). Para ter status perante os programas de pós graduação da área, o mesmo texto teria que se adequar, por exemplo, às normas da Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, ou da Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, ambas classificadas na área em que está situada a Educação Física.
    Quando estava no mestrado ouvi muito pouco sobre ser professor, sobre a função vanguardista das universidades etc. Mas ouvi muito que deveria publicar, publicar e publicar, afinal, ser um aluno Qualis A era preciso, viver a educação não era preciso…por que o Mauricío não escreveu esse texto antes??
    Um super abraço pra ti…vou acompanhando a discussão por aqui.
    Diego S. Mendes (agora em Aracaju)

  5. Anônimo

    Caro Nelson,
    estou inaugurando por aqui. Essa postagem é muito bacana e vem aumentar a visibilidade de um tema de suma importância para os tempos de publish or perish. Os critérios colocados pela CAPES visam ampliar a produção científica do país. Porém, fica o questionamento: prezamos pela qualidade ou pela quantidade?Segundo Betti et al (2004), o exame da biografia do sociólogo alemão Norbert Elias (1897-1990) – hoje reconhecido com um dos grandes nomes da Sociologia contemporânea – revela que ele pouco publicou durante a maior parte de sua vida. Fosse ele docente de um programa de pós-graduação em Educação, no Brasil de hoje, teria sido descredenciado.
    Na Educação Física, área de onde falo, o abacaxi é ainda pior. Embora sejamos uma área multidisciplinar, estamos alocados na saúde. Imagine a sacanagem institucionalizada. Uma pesquisa que tematize a aula de Educação Física pode não ter seu reconhecimento nas avaliações de alguns programas de pós-graduação se for publicada na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, que, embora seja bem classificada no sistema Qualis periódico na área de Educação, não se encontra alocada entre os periódicos da Área 21 da CAPES (área da saúde). Para ter status perante os programas de pós graduação da área, o mesmo texto teria que se adequar, por exemplo, às normas da Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, ou da Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, ambas classificadas na área em que está situada a Educação Física.
    Quando estava no mestrado ouvi muito pouco sobre ser professor, sobre a função vanguardista das universidades etc. Mas ouvi muito que deveria publicar, publicar e publicar, afinal, ser um aluno Qualis A era preciso, viver a educação não era preciso…por que o Mauricío não escreveu esse texto antes??
    Um super abraço pra ti…vou acompanhando a discussão por aqui.
    Diego S. Mendes (agora em Aracaju)

  6. Anônimo

    Caro Nelson,
    estou inaugurando por aqui. Essa postagem é muito bacana e vem aumentar a visibilidade de um tema de suma importância para os tempos de publish or perish. Os critérios colocados pela CAPES visam ampliar a produção científica do país. Porém, fica o questionamento: prezamos pela qualidade ou pela quantidade?Segundo Betti et al (2004), o exame da biografia do sociólogo alemão Norbert Elias (1897-1990) – hoje reconhecido com um dos grandes nomes da Sociologia contemporânea – revela que ele pouco publicou durante a maior parte de sua vida. Fosse ele docente de um programa de pós-graduação em Educação, no Brasil de hoje, teria sido descredenciado.
    Na Educação Física, área de onde falo, o abacaxi é ainda pior. Embora sejamos uma área multidisciplinar, estamos alocados na saúde. Imagine a sacanagem institucionalizada. Uma pesquisa que tematize a aula de Educação Física pode não ter seu reconhecimento nas avaliações de alguns programas de pós-graduação se for publicada na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, que, embora seja bem classificada no sistema Qualis periódico na área de Educação, não se encontra alocada entre os periódicos da Área 21 da CAPES (área da saúde). Para ter status perante os programas de pós graduação da área, o mesmo texto teria que se adequar, por exemplo, às normas da Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, ou da Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, ambas classificadas na área em que está situada a Educação Física.
    Quando estava no mestrado ouvi muito pouco sobre ser professor, sobre a função vanguardista das universidades etc. Mas ouvi muito que deveria publicar, publicar e publicar, afinal, ser um aluno Qualis A era preciso, viver a educação não era preciso…por que o Mauricío não escreveu esse texto antes??
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    Diego S. Mendes (agora em Aracaju)

  7. Anônimo

    Caro Nelson,
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    Na Educação Física, área de onde falo, o abacaxi é ainda pior. Embora sejamos uma área multidisciplinar, estamos alocados na saúde. Imagine a sacanagem institucionalizada. Uma pesquisa que tematize a aula de Educação Física pode não ter seu reconhecimento nas avaliações de alguns programas de pós-graduação se for publicada na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, que, embora seja bem classificada no sistema Qualis periódico na área de Educação, não se encontra alocada entre os periódicos da Área 21 da CAPES (área da saúde). Para ter status perante os programas de pós graduação da área, o mesmo texto teria que se adequar, por exemplo, às normas da Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, ou da Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, ambas classificadas na área em que está situada a Educação Física.
    Quando estava no mestrado ouvi muito pouco sobre ser professor, sobre a função vanguardista das universidades etc. Mas ouvi muito que deveria publicar, publicar e publicar, afinal, ser um aluno Qualis A era preciso, viver a educação não era preciso…por que o Mauricío não escreveu esse texto antes??
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  8. Anônimo

    Caro Nelson,
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    Na Educação Física, área de onde falo, o abacaxi é ainda pior. Embora sejamos uma área multidisciplinar, estamos alocados na saúde. Imagine a sacanagem institucionalizada. Uma pesquisa que tematize a aula de Educação Física pode não ter seu reconhecimento nas avaliações de alguns programas de pós-graduação se for publicada na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, que, embora seja bem classificada no sistema Qualis periódico na área de Educação, não se encontra alocada entre os periódicos da Área 21 da CAPES (área da saúde). Para ter status perante os programas de pós graduação da área, o mesmo texto teria que se adequar, por exemplo, às normas da Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, ou da Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, ambas classificadas na área em que está situada a Educação Física.
    Quando estava no mestrado ouvi muito pouco sobre ser professor, sobre a função vanguardista das universidades etc. Mas ouvi muito que deveria publicar, publicar e publicar, afinal, ser um aluno Qualis A era preciso, viver a educação não era preciso…por que o Mauricío não escreveu esse texto antes??
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  9. Anônimo

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    Na Educação Física, área de onde falo, o abacaxi é ainda pior. Embora sejamos uma área multidisciplinar, estamos alocados na saúde. Imagine a sacanagem institucionalizada. Uma pesquisa que tematize a aula de Educação Física pode não ter seu reconhecimento nas avaliações de alguns programas de pós-graduação se for publicada na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, que, embora seja bem classificada no sistema Qualis periódico na área de Educação, não se encontra alocada entre os periódicos da Área 21 da CAPES (área da saúde). Para ter status perante os programas de pós graduação da área, o mesmo texto teria que se adequar, por exemplo, às normas da Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, ou da Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, ambas classificadas na área em que está situada a Educação Física.
    Quando estava no mestrado ouvi muito pouco sobre ser professor, sobre a função vanguardista das universidades etc. Mas ouvi muito que deveria publicar, publicar e publicar, afinal, ser um aluno Qualis A era preciso, viver a educação não era preciso…por que o Mauricío não escreveu esse texto antes??
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  10. Anônimo

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    Quando estava no mestrado ouvi muito pouco sobre ser professor, sobre a função vanguardista das universidades etc. Mas ouvi muito que deveria publicar, publicar e publicar, afinal, ser um aluno Qualis A era preciso, viver a educação não era preciso…por que o Mauricío não escreveu esse texto antes??
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    Na Educação Física, área de onde falo, o abacaxi é ainda pior. Embora sejamos uma área multidisciplinar, estamos alocados na saúde. Imagine a sacanagem institucionalizada. Uma pesquisa que tematize a aula de Educação Física pode não ter seu reconhecimento nas avaliações de alguns programas de pós-graduação se for publicada na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, que, embora seja bem classificada no sistema Qualis periódico na área de Educação, não se encontra alocada entre os periódicos da Área 21 da CAPES (área da saúde). Para ter status perante os programas de pós graduação da área, o mesmo texto teria que se adequar, por exemplo, às normas da Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, ou da Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, ambas classificadas na área em que está situada a Educação Física.
    Quando estava no mestrado ouvi muito pouco sobre ser professor, sobre a função vanguardista das universidades etc. Mas ouvi muito que deveria publicar, publicar e publicar, afinal, ser um aluno Qualis A era preciso, viver a educação não era preciso…por que o Mauricío não escreveu esse texto antes??
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    Na Educação Física, área de onde falo, o abacaxi é ainda pior. Embora sejamos uma área multidisciplinar, estamos alocados na saúde. Imagine a sacanagem institucionalizada. Uma pesquisa que tematize a aula de Educação Física pode não ter seu reconhecimento nas avaliações de alguns programas de pós-graduação se for publicada na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, que, embora seja bem classificada no sistema Qualis periódico na área de Educação, não se encontra alocada entre os periódicos da Área 21 da CAPES (área da saúde). Para ter status perante os programas de pós graduação da área, o mesmo texto teria que se adequar, por exemplo, às normas da Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, ou da Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, ambas classificadas na área em que está situada a Educação Física.
    Quando estava no mestrado ouvi muito pouco sobre ser professor, sobre a função vanguardista das universidades etc. Mas ouvi muito que deveria publicar, publicar e publicar, afinal, ser um aluno Qualis A era preciso, viver a educação não era preciso…por que o Mauricío não escreveu esse texto antes??
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    Quando estava no mestrado ouvi muito pouco sobre ser professor, sobre a função vanguardista das universidades etc. Mas ouvi muito que deveria publicar, publicar e publicar, afinal, ser um aluno Qualis A era preciso, viver a educação não era preciso…por que o Mauricío não escreveu esse texto antes??
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    Quando estava no mestrado ouvi muito pouco sobre ser professor, sobre a função vanguardista das universidades etc. Mas ouvi muito que deveria publicar, publicar e publicar, afinal, ser um aluno Qualis A era preciso, viver a educação não era preciso…por que o Mauricío não escreveu esse texto antes??
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    Na Educação Física, área de onde falo, o abacaxi é ainda pior. Embora sejamos uma área multidisciplinar, estamos alocados na saúde. Imagine a sacanagem institucionalizada. Uma pesquisa que tematize a aula de Educação Física pode não ter seu reconhecimento nas avaliações de alguns programas de pós-graduação se for publicada na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, que, embora seja bem classificada no sistema Qualis periódico na área de Educação, não se encontra alocada entre os periódicos da Área 21 da CAPES (área da saúde). Para ter status perante os programas de pós graduação da área, o mesmo texto teria que se adequar, por exemplo, às normas da Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, ou da Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, ambas classificadas na área em que está situada a Educação Física.
    Quando estava no mestrado ouvi muito pouco sobre ser professor, sobre a função vanguardista das universidades etc. Mas ouvi muito que deveria publicar, publicar e publicar, afinal, ser um aluno Qualis A era preciso, viver a educação não era preciso…por que o Mauricío não escreveu esse texto antes??
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    Na Educação Física, área de onde falo, o abacaxi é ainda pior. Embora sejamos uma área multidisciplinar, estamos alocados na saúde. Imagine a sacanagem institucionalizada. Uma pesquisa que tematize a aula de Educação Física pode não ter seu reconhecimento nas avaliações de alguns programas de pós-graduação se for publicada na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, que, embora seja bem classificada no sistema Qualis periódico na área de Educação, não se encontra alocada entre os periódicos da Área 21 da CAPES (área da saúde). Para ter status perante os programas de pós graduação da área, o mesmo texto teria que se adequar, por exemplo, às normas da Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, ou da Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, ambas classificadas na área em que está situada a Educação Física.
    Quando estava no mestrado ouvi muito pouco sobre ser professor, sobre a função vanguardista das universidades etc. Mas ouvi muito que deveria publicar, publicar e publicar, afinal, ser um aluno Qualis A era preciso, viver a educação não era preciso…por que o Mauricío não escreveu esse texto antes??
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    Na Educação Física, área de onde falo, o abacaxi é ainda pior. Embora sejamos uma área multidisciplinar, estamos alocados na saúde. Imagine a sacanagem institucionalizada. Uma pesquisa que tematize a aula de Educação Física pode não ter seu reconhecimento nas avaliações de alguns programas de pós-graduação se for publicada na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, que, embora seja bem classificada no sistema Qualis periódico na área de Educação, não se encontra alocada entre os periódicos da Área 21 da CAPES (área da saúde). Para ter status perante os programas de pós graduação da área, o mesmo texto teria que se adequar, por exemplo, às normas da Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, ou da Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, ambas classificadas na área em que está situada a Educação Física.
    Quando estava no mestrado ouvi muito pouco sobre ser professor, sobre a função vanguardista das universidades etc. Mas ouvi muito que deveria publicar, publicar e publicar, afinal, ser um aluno Qualis A era preciso, viver a educação não era preciso…por que o Mauricío não escreveu esse texto antes??
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