Mostra Ecofalante de Cinema promove reflexões na Faculdade de Direito da UFBA
Mostra Ecofalante de Cinema promove reflexões na Faculdade de Direito da UFBA

Mostra Ecofalante de Cinema promove reflexões na Faculdade de Direito da UFBA

A Mostra Ecofalante de Cinema trouxe uma experiência cinematográfica marcante à Faculdade de Direito nos dias 13 e 14. Foi apresentado uma seleção de filmes engajados com temáticas socioambientais.

A Ecofalante é uma Organização não governamental que realiza diversas atividades nas áreas de cultura, educação e sustentabilidade, produzindo filmes, documentários e programas de televisão de caráter cultural, educativo e socioambiental, realizando formação de professores, exibições e debates em escolas, universidades e aparelhos culturais, além do mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado a temas socioambientais: Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental.

Com início às 19h30, a mostra contou com a exibição do filme “Aquí en la Frontera”, uma produção brasileira de 2022, dirigido por Marcela Ulhoa e Daniel Tancredi. Filmado na fronteira entre o Brasil e a Venezuela em meio a uma das maiores crises migratórias da América Latina, conta a história de três venezuelanos com vivências de acolhida bem distintas.  Retrata Stephanny, uma jovem mãe de 21 anos que precisa retornar ao país para buscar sua filha; Francis, uma mulher trans e liderança  de um abrigo de refugiados militarizado do Governo Brasileiro, e Argenis, que organiza uma ocupação com mais de 300 venezuelanos em Boa Vista, sob ameaça de despejo, trazendo à tona debates importantes sobre os impactos da exploração desenfreada dos recursos naturais.                               

 

A programação continuou no dia seguinte com a exibição do filme “Amianto: Crônica de um Desastre Anunciado”, uma produção belga dirigida por Marie-Anne Mengeot e Nina Toussaint. Durante mais de 20 anos, o uso generalizado do amianto na Europa foi retratado por uma jornalista da televisão nacional belga em diversos programas. Neste documentário-denuncia, a montagem desse rico acervo evidencia como a direção da indústria do amianto sabia dos riscos que o material oferecia para a saúde, e como sua insistente ocultação dos perigos deste produto “milagroso” e muito rentável levou à doença e à morte de inúmeros trabalhadores e suas famílias.

No mesmo dia, às 10h30, deu início a exibição de “Lavra”, uma produção de Lucas Bambozzi. É um documentário  que retrata os impactos da mineração na paisagem de Minas Gerais, trazendo, também, discussões sobre as tragédias causadas pelas mineradoras. Tem como protagonista Camila, geógrafa, que retorna à sua terra natal depois do rio de sua cidade ser contaminado pelo maior crime ambiental do Brasil, provocado por uma mineradora transnacional. Camila segue o caminho da lama que atingiu o rio, varreu povoados, tirou vidas e deixou um rastro de morte e destruição, e começa a repensar seu estilo de vida. Decide fazer um mapeamento dos impactos da mineração em Minas Gerais e se envolve com ativistas e movimentos de resistência, saindo do individualismo para a coletividade.  

Além dos filmes, o evento também marcou o lançamento do livro “Direitos Humanos: Estudos dos Seminários Interdisciplinares do Curso de Direito da UFBA”, organizado por Julio Cesar de Sá da Rocha e Itanaina Lemos Rechmann. A publicação, editada pela Editora Lexis, reuniu diversos autores e autoras para discutir temas relacionados aos direitos humanos, ampliando o debate sobre justiça social e sustentabilidade.

 O evento teve apoio da Cátedra Sérgio Vieira de Mello UFBA/ACNUR, Grupo de Pesquisa Historicidade, do Estado e do Direito UFBA, Projeto Centro Integrado de Direitos Humanos, Oficina de Relações Internacionais da Faculdade de Direito da UFBA e CEPEJ.

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