Monthly Archives: maio 2020

[Leituras] Você sabe o que é spin?

“Uma cura para a calvície pode estar a caminho”. A frase chama a atenção e gera visualizações quando afirmada no título ou texto em algum artigo (estudo científico) ou notícia jornalística, correto? O problema é que ela pode dizer respeito a um resultado de um estudo científico que não foi realizado em humanos mas em ratos (ou a um estudo que sequer tentava avaliar a calvície propriamente). Sabe-se que modelos animais podem não indicar ou provar em definitivo relações de causa e efeito para humanos, sendo o estabelecimento da causalidade um dos objetos finais da pesquisa biomédica e para o qual almeja-se o desenvolvimento de inovações em prol da melhoria da saúde e da qualidade de vida da população em geral.

Em termos gerais, qualquer ato (intencional ou não intencional), que deturpa os resultados de um estudo no intuito de destacar/enfatizar o efeito benéfico de uma determinada intervenção/procedimento (ou mesmo implicar um efeito benéfico quando este não existe), mesmo na ausência de dados para apoiar as conclusões, pode ser chamado de spin. Com isto, é um termo utilizado em grande parte (mas não somente) para estudos de característica clínica e/ou intervencionista (de natureza experimental, por exemplo).

Saiba como identificar e como se proteger de spin na leitura de textos científicos neste artigo publicado na seção Bridging the Gap, espaço de disseminação do conhecimento científico sem jargão para a população em geral da revista Evidence (ISSN 2675-021X): “Spin: modificações na redação científica que escondem fragilidades metodológicas com impacto social negativo”. O texto é de autoria de membros do Group BRIGHTER e GEINFO: Charles Lucena, Gabriel Costa, Lucas Helal e João de Deus Barreto.

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    [Leituras] Relações inesperadas entre Acesso Aberto, QUALIS e citação na CI

[Leituras] Relações inesperadas entre Acesso Aberto, QUALIS e citação na CI

Acaba de ser publicado na revista Informação & Sociedade: Estudos (ISSN 1809-4783), com autoria dos membros do GEINFO João de Deus Barreto e Ana Paula Villalobos, e em coautoria com Uillis de Assis – da Biblioteca Omar Catunda da Universidade Federal da Bahia – e Katia Sá – da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública – o relato de pesquisa: Relações entre Acesso Aberto, QUALIS CAPES e desempenho de citação (Índices h, e, AW e hl Anual) em periódicos científicos brasileiros de Ciência da Informação – estudo documental exploratório (o artigo pode ser baixado neste link e o dataset neste link).

A ideia original era investigar no campo da Ciência da Informação, entre as suas revistas mais bem posicionadas no QUALIS CAPES mais recente, possíveis relações entre adesão a práticas de Acesso Aberto e se isso repercutia em desempenho de citação.

O que foi encontrado:

(1) As revistas de CI mais bem estratificadas no QUALIS 2016 não aderiam integralmente às práticas do movimento Acesso Aberto, manifestando retenção de direitos autorais ou não possuindo estímulo a publicação em repositórios. Isto é grave porque a retenção e/ou não manifestação explícita da retenção de direitos autorais coloca o autor em uma posição de pouco controle sobre sua própria produção intelectual e é incompatível com a ética científica. A não implementação de políticas de estímulo ao autoarquivamento em repositório pode diminuir a visibilidade do conteúdo publicado, e o seu potencial de citação. Foi sugerido que as revistas de CI melhorassem as suas políticas no intuito de apoiar os autores devolvendo-lhes o controle sobre os direitos autorais e recomendando-lhes o autoarquivamento de seus trabalhos.

(2) Não foi possível confirmar se a adesão ou não ao Acesso Aberto impactava em maior nota no QUALIS CAPES e/ou concomitante melhor desempenho de citação. Ou seja, […]