Você já escutou ou leu sobre periódicos predatórios? São correntemente considerados periódicos predatórios aqueles que publicam conteúdo indiscriminadamente apenas mediante o pagamento de taxas de publicação e sem garantias de um peer review aprofundado e retêm os direitos autorais do conteúdo submetido através de engodos e golpes desenrolados no ambiente virtual. Costumam também possuir títulos parecidos com os de periódicos famosos. Essa é a percepção comum entre cientistas sobre periódicos predatórios e um checklist foi desenvolvido para facilitar a identificação dessas revistas, o ThinkCheckSubmit. Prevenir é sempre melhor que remediar.

Até janeiro de 2017, havia disponível online uma lista de periódicos predatórios compilada pelo bibliotecário Jeffrey Beall, sediado no Colorado, nos Estados Unidos. A lista foi encerrada sumariamente. Listas são uma das ferramentas possíveis, entre muitas outras, para rastreio e monitoramento de periódicos predatórios. Mas, em si, são insuficientes: a lista de Beall tinha um viés antagonista ao movimento de acesso aberto por exemplo e o bibliotecário chegou mesmo a estigmatizar a Scientific Electronic Library Online – SciELO, nomeando o indexador como “favela” de periódicos científicos, o que rendeu uma nota de repúdio emitida pela equipe do indexador.

  1. É possível que um conteúdo seja bom e correto e metodologicamente rigoroso apesar de não ter passado pela chancela do peer review?
  2. É possível que autores íntegros possam ter sido enganados e publicado em periódicos considerados predatórios?
  3. Podemos punir esses autores nessas circunstâncias?

Se você não possui certezas e afirmações categóricas para responder às questões anteriores, ao invés de soluções rápidas e – talvez – pouco sofistifcadas para a solução dos problemas em publicação científica, não seria melhor falarmos/conversarmos/discutirmos sobre práticas predatórias em publicação científica?

Saiba mais neste editorial da Revista Pesquisa em Fisioterapia de agosto de 2019.