Lançamento do Plano Nacional de Banda Larga em Salvador
Fonte Imagem: redeprobo.
No último dia 25 abril de 2011 – após o Governo da Bahia assinar um acordo com a Oi Telecomunicações – foi lançada a campanha do Programa Nacional de Banda Larga. A campanha aconteceu simultaneamente em quatro capitais – Salvador, Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. O debate que em Salvador foi na FACED-UFBA, organizado pelo prof. Nelson Pretto, contou com a presença de Parlamentares, representantes de entidades da sociedade civil, blogueiros, redes de televisão e acadêmicos.
O programa nacional de banda larga (PNBL) se constitui um marco que pode mudar a viabilidade da internet no País. Trata-se da interação de todos os outros grandes programas, voltados para conectividade e transmissão de internet, desenvolvidos pelos ministérios das comunicações e do plano de inclusão digital do Governo. Os programas anteriores como o GESAC (via satélite) que foi lançado em 2002, a banda larga nas escolas (via ADSL) que foi lançado em 2008 e o telecomunicações rurais (via rádio) lançado em 2009 apresentaram restrições quanto à disseminação no campo, como também barreiras no que diz respeito às questões ligadas à infraestrutura. De acordo com a Prof. Bonilla, que apresentou alguns resultados de pesquisas provenientes do Comitê Gestor da Internet (2009) e do Brasil Conectado (2010), um dos pontos que devem ser considerados no debate é a infraestrutura para viabilização da banda larga. A pesquisadora mostrou que muitas das escolas, telecentros e bibliotecas não possuem, se quer, a rede elétrica necessária para suportar as redes de conexão já existentes. Também o Deputado Estadual Alvaro Gomes colocou que “a infraestrutura é o grande gargalo do plano de banda larga no Brasil”. Paulo Motta, assessor PT, comentou sobre o cuidado que este debate deve ter para observar as demandas públicas e evitar a morosidade das ações que vem implicando na morosidade da Tecnovia.
Outros assuntos também foram salientados pelos participantes do Debate como a implantação do parque tecnológico da Bahia (Tecnovia) e o direito a comunicação e a informação para todos. O jornalista do TVE Debate comentou a importância da Banda Larga pública para os meios de comunicação e como o Irdeb vem se articulando com as rádios e outros programas para oferecer apoio ao Plano. A Vereadora Martinha falou da perda que Salvador vem tendo com a ausência de debate sobre o parque tecnológico e de como a Banda Larga pode contribuir, funcionando como mais um meio de comunicação entre acadêmica, organizações privadas e sociedades civis no fomento de novas tecnologias no estado. Representantes da ONG Cipó, a Rádio Comunitária Abraço e o Intervozes registraram a relevância de se estender o debate a todos os sujeitos baianos. O representante do sindicato dos trabalhadores das telecomunicações chamou atenção de se valorizar e criar novas maneiras de capacitar as pessoas que trabalham com as telecomunicações na Bahia, visando que a população não fique refém das empresas privadas.
Diante de toda a celeuma que tão acalorado debate sobre a PNBL proporcionou, espero que possa ser aprofundado nestas esferas e que parlamentares, representantes e acadêmicos possam considerar estes aspectos mais pontuais que envolvem a viabilização da banda larga, mas sem deixar de lado questões mais históricas do retardo tecnológico urbano que a terceira capital brasileira em população vem demonstrando. E que Pedro Caribé, articulador dos debates, considerando a comunicação, a educação e a informação possa direcioná-los para o contexto prático, mas sem deixar de lado os problemas sociais históricos que o contexto baiano vem enfrentando, sobretudo, com respeito a ausência de políticas públicas mais contundentes nestes eixos e articuladas nas macro esferas.
Os próximos passos do debate na Bahia é a votação na Câmara Municipal de Salvador no dia 27/04 e o levantamento dos pontos que serão que serão abordados em um programa gravado para o Bahia Debate que deverá ir ao ar nas próximas semanas.
Por Barbara Coelho