Governo federal aponta problemas comuns em programas de inclusão digital
O governo federal constatou que os telecentros de inclusão digital têm problemas em comum e vai propor ao grupo interministerial a criação de uma política nacional para tentar resolver essas questões. O objetivo da administração Luiz Inácio Lula da Silva é definir diretrizes para que esses projetos recebam cooperação da Sociedade Civil, governos municipais e estaduais de forma organizada.
Hoje somente na esfera do governo federal há quase cinco mil telecentros espalhados pelo Brasil de programas de inclusão digital como os da Casa Brasil, Gesac (Governo Eletrônico Serviço de Atendimento ao Cidadão), Maré (Telecentros da Pesca) e Quiosque do Cidadão.
Lívia Oliveira Sobota, assessora de coordenação da Inclusão Digital do governo federal, informa que está sendo realizado um diagnóstico sobre a operação dos programas que colocam a sociedade em contato com o computador. Os resultados preliminares mostraram que todos enfrentam os mesmos problemas. Entre os quais ela cita a falta de financiamento , infra-estrutura, capacitação adequada das pessoas que atuam nos telecentros e manutenção desses locais.
A assessora conta que o governo é o principal ator da inclusão digital, mas que a sociedade civil, Estados e municípios também têm de participar dessa iniciativa . Ela diz que hoje há cooperação, mas que isso acontece de forma voluntariada e que o plano é ter uma diretriz para garantir que os projetos tenham continuidade depois da gestão atual.
Lívia observa que o governo entra com os computadores, mas que esses espaços têm custo de manutenção e precisam de pessoas treinadas para cuidar das unidades. Ela diz que às vezes as entidade conseguem os PCs, conectividade, mas falta gente capacitada para tocar o projeto. Alguns governos locais, associações dão sua parcela de contribuição , mas a assessora afirma que essas questões precisam ser resolvidas de forma mais eficiente para que não dependam apenas do voluntariado.
“Conversamos com todos os ministérios envolvidos e percebemos que os problemas são comuns e vamos sugerir a criação de uma política nacional”, diz Lívia. Ela não sabe ainda como será estabelecida essa diretriz, se será por meio de uma medida provisória ou por decreto.
De acordo com a assessora, a idéia não é estabelecer mecanismos rigorosos para a manutenção dos telecentros, mas sim criar uma diretriz comum, já que o governo federal não consegue fazer sozinho a inclusão digital.
A coordenação de inclusão digital do governo federal deverá concluir em setembro o diagnóstico sobre o telecentros, estabelecendo hierarquias para resolver os problemas desses projetos. Depois, os resultado serão levados ao grupo interministerial, propondo a criação da política nacional para manutenção dessas unidades.
Fonte: UOL
Danilo R. César